- Entra uma pessoa em Coimbra e sai em Vitoria. E lá entra outra.
Resumindo, salvo alguma reserva de ultima hora, aquele compartimento com capacidade para 8 pessoas (pelos padrões de conforto da já certamente longínqua data de fabrico do Sud-Expresso) estava, à partida, a 1/4 da sua lotação.A Iara não devia ter mais que 17 anos e tudo o que disse com convicção foi que Coimbra era um monte de escadas e paredes. Perante tanta assertividade limitei-me a sorrir e pensar que o meu avô materno e todo o seu clã que estudou ou leccionou, viveu ou morreu em Coimbra dificilmente me perdoaria grandes cumplicidades com aquela miúda.
Resumindo, salvo alguma reserva de ultima hora, aquele compartimento com capacidade para 8 pessoas (pelos padrões de conforto da já certamente longínqua data de fabrico do Sud-Expresso) estava, à partida, a 1/4 da sua lotação.A Iara não devia ter mais que 17 anos e tudo o que disse com convicção foi que Coimbra era um monte de escadas e paredes. Perante tanta assertividade limitei-me a sorrir e pensar que o meu avô materno e todo o seu clã que estudou ou leccionou, viveu ou morreu em Coimbra dificilmente me perdoaria grandes cumplicidades com aquela miúda.
4h
- Adios Iara. Buenas vacaciones.
Antes de voltar a por a venda amaricada com que os meus amigos gozam mas que tantas horas de sono em viagem me assegura ainda vi entrar o Jean. Com um olho semi-cerrado e outro bem remeloso ainda consegui pensar "Este gajo parece saído do Africa Minha". Cumprimentei-o e voltei a dormir. Já a chegar Hendaye descobri que o Jean, entre copos e entrevistas a músicos, tinha estado a cobrir o Festival Internacional de Jazz da capital basca mas que a sua principal ocupacao era afinal, leccionar Linguística, Tradução e Estudos Afro-americanos na Sorbonne. Cinco minutos depois e já fazíamos pontos de situação da vida amorosa de cada um. A conversa ficou a meio mas durou o suficiente para ficar a saber coisas que sou capaz de jurar que nem alguns dos seus melhores amigos sabem. Ainda que a distância e o anonimato tenham sido motivos maiores que qualquer simpatia pela minha pessoa não consigo deixar de me sentir lisonjeado. O Jean regressa a sua Paris e eu sigo para a Côte d`Azur. Antes do abraço ficou a foto
Antes de voltar a por a venda amaricada com que os meus amigos gozam mas que tantas horas de sono em viagem me assegura ainda vi entrar o Jean. Com um olho semi-cerrado e outro bem remeloso ainda consegui pensar "Este gajo parece saído do Africa Minha". Cumprimentei-o e voltei a dormir. Já a chegar Hendaye descobri que o Jean, entre copos e entrevistas a músicos, tinha estado a cobrir o Festival Internacional de Jazz da capital basca mas que a sua principal ocupacao era afinal, leccionar Linguística, Tradução e Estudos Afro-americanos na Sorbonne. Cinco minutos depois e já fazíamos pontos de situação da vida amorosa de cada um. A conversa ficou a meio mas durou o suficiente para ficar a saber coisas que sou capaz de jurar que nem alguns dos seus melhores amigos sabem. Ainda que a distância e o anonimato tenham sido motivos maiores que qualquer simpatia pela minha pessoa não consigo deixar de me sentir lisonjeado. O Jean regressa a sua Paris e eu sigo para a Côte d`Azur. Antes do abraço ficou a foto