sexta-feira, 30 de setembro de 2011

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Priscila

Priscila Betancort
Priscila

“Davas um blogue” penso para mim às vezes. Porque já os vi duas, três ou mais vezes e sempre me dá vontade de lhes fazer a mesma sugestão que um dia comecei a fazer àqueles que me despertam a atenção. Porque há pessoas que, cada vez que passam por mim, me parecem sugerir (sem disso se darem conta) “Zé, vai uma foto?”. E sigo pensando comigo mesmo “tu sozinha(o) davas um blogue”

Depois de reencontrar em Barcelona uma miúda a quem já tinha tirado uma foto no Porto ou tropeçar em Nova Iorque no mesmo italiano que já havia fotografado em Milão, cruzar-me em Madrid com uma miúda cujo blogue costumo visitar já pouco me impressiona. Mas o bom aqui é que a Priscila não “dava um blogue”. Ela é um blogue. E nele se percebe que fosse qual fosse o dia que a tivesse encontrado ela acabaria sempre por aparecer aqui. Se dúvidas restarem... é tirá-las aqui


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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

As asas da Desirée

Desirée

Não tenho tatuagens. Nem nunca vou ter. Algo que nem consigo conceber teria que ocorrer na minha vida para que isso pudesse acontecer. Mas isso não significa que não goste, aprecie ou consiga admirar. Como também não me visto de preto e já retratei homens de luto da cabeça aos pés. Aliás...não estivesse eu aberto a estímulos diferentes daqueles que encontro ao espelho e nenhum daqueles que me está a ler neste preciso momento perderia aqui mais tempo. E sinto isso desde sempre. Como quando em miúdo mudava de roupa depois de um almoço de família e ia até um concerto duma banda hardcore e me sentia tão bem na pele de neto educado quanto na de adolescente irreverente. E acho que essa é simplesmente a forma como, mais que roupas ou visuais, vou encarando (ou tentando) o que acontece à minha volta. Porque não precisei de fazer um esforço para gostar da Desirée. Porque se isso me causasse esforço este blogue já teria acabado faz tempo. Como não precisei de me esforçar para sorrir com a Ana, com o Willian ou com a sua namorada. Porque naquele momento (como que) me apaixonei pela imagem da Desirée. Eu, que jamais terei uma tatuagem.

Roubei-a aos amigos, puxei-a para a luz e fotografei-a. E fiz a foto mais bonita da minha vida. E disse-lho. Ela claro... ficou a pensar que eu era um tipo educado. Não sou nada educado. Sou apenas um tipo que hoje mesmo podia dar o blogue por terminado. Agora mesmo... que fiz a foto da minha vida



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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Desculpa, tenho que desligar. Não te importas? É que é importante...ligo-te já de seguida

Anna

E realmente era importante. Era importante que não deixasse de tirar esta fotografia

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O que mais me irrita quando vejo esta foto

O que mais me irrita quando vejo esta foto

é que, pressionado pelo tempo, cheguei a equacionar não perder aqueles cinco minutos que preciso para abordar um estranho calmamente, explicar-lhe o que quero, pô-lo à vontade, fazer o que pretendo com ele e partilhar o resultado. O que mais me irrita é que cheguei a ponderar não fazer esta foto. Porque o mais interessante na fotografia é que ela nos conserva os momentos para depois da sua validade real. Como se, numas férias sem máquina fotográfica, essa porção de dias que tiramos para ir para aqui ou ali não passasse de um qualquer fast moving consumer goods cujo benefício que usufruímos pelo seu consumo terminasse no dia em que voltamos a entrar pela porta do nosso trabalho. Porque foi por isso que comecei este blogue. Para gravar (para além daquilo que a memória nos permite) as imagens em que sempre reparei

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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Little white dress

Little white dress
Little white dress (2)

Há uns tempos, numa destas caixas de comentários, alguém assinalou a sua primeira vez por estas bandas. Elogiava o espírito geral da coisa mas rematava que, para isto se tornar mesmo bom, me faltava algum vocabulário fashionista. Pois eu nessa matéria tenho pouco ou nada para oferecer. Costumo mandar para sítios feios as pessoas que me impingem atributos como trendy, fashion e afins; não sei o nome de específico de uma porrada de coisas (para mim há calças, calções, camisas, camisolas, t-shirts, casacos e casacões); e, de uma forma geral, não encontro grande afrodisíaco em empregar vocabulário cool nas minhas publicações (cool é baril certo? mas a ver se entendo...ser baril é cool ou é baril ser-se cool?). A verdade é que, pelo simples facto de termos um blogue, há todo um mundo que se abre. Por carregarmos no perfil de alguém que nos deixou um comentário mais espirituoso (ou, sejamos sinceros, que tem uma foto mais sugestiva), porque recebemos e-mails de outras pessoas que um dia também decidiram perder em frente ao computador algo mais que o tempo necessário para consultar o seu mail pessoal ou por outro qualquer motivo que decorre somente do princípio básico que, a partir do momento em que publicamos coisas na Web, nos tornamos também – naquele preciso instante – em seus prolíferos consumidores. Percebo que há coisas chamadas jumpsuits, navajo bags e uma quantidade infindável de matéria conceptual que, mesmo que eu quisesse apanhar (e vá...vamos até assumir que eu quero muito), seguramente que não iria conseguir. Mas, no outro dia, no decorrer de umas quantas visitas a blogues, descobri as iniciais daquilo que, pelo que me foi dado a entender, é uma espécie de abecedário do guarda-roupa feminino – o LBD. Ainda houve ali um momento em que o doente sexual que há em mim ficou na esperança de ter encontrado alguma conexão harmoniosa entre estilo/moda e uma qualquer fantasia soft core mas lá tive que me contentar com um "pequeno vestido preto” (little black dress). E como não devo ter descoberto isso há mais de 30 dias...quando encontrei estas duas miúdas em cidades diferentes, as olhei com luzes diferentes e lhes falei em idiomas diferentes pensei... “Não haverá também um L(itle)W(hite)D(ress)?”. Deve haver. Mas se tivesse feito a pesquisa antes de os escrever, nada disto teria a mesma piada. Porque para vos ser mesmo sincero, a alegria pueril que encontro neste texto é a partilha sincera da ridícula expectativa de me ter sequer ocorrido que, quando saltei da cama, poderia mesmo ter mesmo descoberto um novo conceito à escala mundial. O mesmo conceito que o Google me deve responder, daqui a cinco minutos, com uns poucos milhões resultados e que eu, se tivesse o (tal) vocabulário minimamente aceitável, já teria publicado faz tempo...

domingo, 11 de setembro de 2011

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A mesma Maria num outro Passeig del Born

A mesma Maria num outro Passeig del Born

Tropecei na Maria há quase um ano no Porto. E gostei de a fotografar. Mas gostei de a fotografar para além daquilo que foi o resultado final de meia dúzia de fotos nos Aliados. Porque, para além dos ficheiros JPG que reproduzo, ficam-me sempre vislumbres de conversas, curiosidades, nomes ou simplesmente momentos. E lembro-me de descobrir à Maria aquele espanto comum aos que parecem ficar surpresos por alguém perder sequer tempo a olhar para eles, lhes dirigir a palavra ou lhes dar a entender que a sua aparência lhes causou, tão simples quanto isto, uma sensação agradável

Passeava eu por Barcelona com o gajo cuja despedida de solteiro me havia arrastado para lá quando me pareceu ver um olhar levemente familiar. Vou-vos poupar a detalhes sobre o regozijo que tenho quando encontro alguém que já fotografei antes, num sítio diferente – quanto mais distante – daquele onde o havia encontrado antes. Dá-me aquela sensação engraçada de globalidade que jamais pensei alcançar quando comecei esta página amadora. E foi já com a alegria infantil de quem acabou de tirar uma das suas fotos preferidas que, por mera curiosidade turística, olhei para o nome da rua onde estava e li em voz alta:

- Passeig del Born

Um nome que me havia ficado de um outro post, de uma outra foto, de uma outra beleza à qual dificilmente se permanece indiferente. A porcaria do nome de uma rua (neste caso... dum passeio) que só me pode ter ficado na memória em virtude da obsessão supostamente saudável que tenho pela tal página amadora de que vos falava ali em cima. A tal, que por um motivo qualquer que nem tento explicar, pareces fazer questão de ler neste preciso momento

Uma outra foto de uma mesma pessoa num outro momento duma outra cidade. Numa ilha ali perto onde os nomes das ruas se pronunciam da mesma forma que na Catalunha (mas onde dizem que falam uma outra coisa, um tal de maiorquino; apesar de, em Barcelona, todos os taxistas me jurarem a pé juntos que não passa duma outra forma de falarem o seu catalão)

p.s. – e com todo o respeito pela camisola, pelos óculos ou pelo lenço da Maria... acho que aquelas são as alpercatas mais giras que já vi em toda a minha vida


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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Purificación García

Purificación García

Não tenho fetiches por personagens mediáticas. Não me despertam especial atenção nem me cativam mais que as demais. Desconfio até que, salvo uma ou outra empatia particular, o facto de aparecerem aí e ali me desencoraje de as ter por aqui. Mas há espaço para excepções e a Purificación García é uma delas. Esta senhora (suas criações e respectivo imaginário) persegue(m)-me faz anos. Como se estivesse comigo no adro da igreja onde se casou um amigo quando um outro passa por mim, me faz sinal para o seu fato novo e me pisca o olho com aquele ar de sacana que vai ludibriar umas quantas solteiras. Como se partilhássemos a mesma mesa de jantar onde o campo de visão ocupado pelos bustos dos meus amigos me parece todo ele preenchido com camisas, pólos e pullovers com aqueles quadrados coloridos no lado esquerdo do peito. Como se, quando subo as escadas do Lux e começo a sentir a temperatura a subir, fosse ela me que me dissesse “quítate la chaqueta” e ma amarrasse à cintura com o mais simples dos nós. Como se, em pleno trânsito, fosse ela quem me chamasse à atenção que fazer o nó da gravata enquanto escovo dentes não redonda nos melhores resultados ou me avisasse da janela da sala que, se faço mesmo questão de ir correr à chuva, melhor que leve o meu corta vento preferido. Porque como eu mesmo lhe tentei explicar no meu castelhano rarefeito:

- Hay marcas que nos visten. Otras que nos acompañan

domingo, 4 de setembro de 2011

sexta-feira, 2 de setembro de 2011