sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Memória de um Outono recente

Susana


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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

The Boss (20 east 63rd street)

The Boss

E é Boss há pelo menos cinco anos. Ou acham que alguém que aparece aqui um dia se esquece disso tão facilmente?

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Christian

Christian Louboutin

Quando no outro dia, a propósito da data de aniversário deste blogue, dizia que eram “três anos de uma cena tosca”, não buscava nenhum encanto acrescido através de um qualquer efeito négligée. Até porque, muito objectivamente, não negligencio nada do que aqui está. Referia-me essencialmente à forma artesanal como tudo o que aqui aparece acontece. Referia-me essencialmente à forma simples como tudo isto se passa.

Este fim-de-semana, enquanto folheava a Revista, reparei numa rubrica com meia dúzia de nomes conhecidos. Não fixei nenhum em particular mas, antes de partir para a página seguinte, reparei que uma daquelas caras me era familiar. “Eu conheço este gajo” pensei alto. “Eu fotografei este gajo” insisti para o lado.

Apresentei-me, trocámos nomes e dispensámos sobrenomes. Ter-lhe-ei dito aquilo que digo a toda a gente e, enquanto trocávamos o bacalhau da praxe, disse-me “Lisboa? Tenho uma casa na Comporta!”. “Ah sim?!” exclamei. “Conheço bem a Comporta, tive em tempos uma namorada que também lá tinha casa”. Lembro-me de gabar ostensivamente a costa alentejana e de lhe ter tirado três fotos. Ter-me-ei apresentado como “José” e suponho que ele o tenha feito como “Christian”. Mas parece que lhe chamam Louboutin. E consta que desenha os mais bonitos sapatos do mundo. Confesso um certo orgulho infantil por o ter aqui. Não tanto por ter aqui o Louboutin mas porque, independentemente de ser quem dizem ser, o ter fotografado por ser quem é – o Christian. O parisiense com casa na Comporta. O parisiense que me despertou a atenção enquanto subia a Madison de cores vivas vestidas. É que, se me permitem a presunção, acho que este episódio diz muito sobre este blogue. É que, se me permitem a insistência, acho que este episódio é a prova de que tudo isto é mesmo uma cena tosca. Muito tosca


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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O casal que estava almoçar atrás de mim, (o que é ou deixa de ser) "gente gira" e por fim... a Mafalda

Mafalda (1)
Mafalda (2)

Estava a almoçar com uns amigos quando oiço dizer “ah sim, O Alfaiate Lisboeta, aquele blogue de gente gira”. Não interrompi a refeição nem me voltei para olhar mas - para além dos 5 minutos de piadas fáceis que gerou à minha mesa - deve-me ter preenchido algures o inconsciente porque, horas depois quando vi a Mafalda, perpassou-me um dos pensamentos mais peregrinos que devo ter assinado algum dia. Houve ali um segundo de estupidez crónica em que me passou pela cabeça “epá Zé não... é bonita de mais”. E depois pronto, lá recuperei a sanidade mental e fiz o que me cabia

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Priscila

Priscila

Fotografei-a neste dia. Se o tivesse feito noutro dia qualquer teria sido provavelmente assim


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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Manhattan leopards

Manhattan leopards (1)
Manhattan leopards (2)

(e, só a título de curiosidade, o primeiro dos leopardos canta)


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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Três anos de uma cena tosca

3 anos


Liguei ao Gonçalo. Liguei ao Gonçalo porque não sabia como abordar um estranho. Liguei ao Gonçalo porque sabia que, se naquele dia saísse para rua para fazê-lo, estava condenado a fazer figura de parvo. Mas acima de tudo liguei ao Gonçalo porque sabia que para ele pouco importava se muita ou pouca gente haveria de ver aquela fotografia. Pouco lhe interessava se o blogue haveria a ser bem ou mal visto, bem ou mal comentado. Liguei-lhe. E foi assim que o blogue começou. Da forma mais tosca que um blogue deste género poderia ter começado. Porque os blogues deste género costumam estrear-se com fotografias nas semanas da moda de Paris, Milão, Londres ou Nova Iorque. Este blogue começou com um retrato dum amigo meu contra o portão da biblioteca de Telheiras.

O mais giro de tudo isto é que nada mudou. Parecíamos os mesmos dois anormais de há três anos atrás. Ele ria-se, eu debitava umas teorias estúpidas sobre aquela que deveria ser ou deixar de ser a postura dele. Os mesmíssimos anormais de há três anos atrás. Com mais umas entradas, umas rugas e, eventualmente, com um mais uns quilos também. Mas a biblioteca estava aberta e não nos deram autorização para fechar o portão. Mas uma coisa é um gajo tosco a assinar um blogue tosco. Outra coisa é esse gajo não ser obcecado por ele. Porque até as coisas toscas como este blogue necessitam de um pouco de obsessão para fazerem sentido a quem as faz. E por isso voltámos lá na manhã seguinte. Antes dos utilizadores, dos funcionários ou dos seguranças. Os mesmíssimos anormais de há três anos atrás. Com mais umas entradas, umas rugas e, eventualmente, com mais uns quilos também. E é por isso que ainda cá estou. Porque pouco ou nada mudou. Porque eu ainda encontro graça em explicar, perante um esgar desconfiado, que raio vou fazer com a fotografia. Porque ainda me rio quando me liga um amigo de infância a perguntar “então pá, fotografaste a minha irmã?”. Porque ainda sinto um regozijo tolo quando me cruzo com alguém que já fotografei noutra rua, cidade ou país. Porque ainda sinto prazer em ler os e-mails das pessoas que acham que mereço 5 minutos do seu tempo para me mandarem um abraço e um parágrafo simpático. E esse é talvez o meu maior orgulho. É que tudo está na mesma. Porque continuo sem perceber nada de fotografia ou moda. Porque tenho um amigo que continua a achar que só escrevo merda. Porque tenho uma irmã que continua sem ligar um cu àquilo que faço.

Mas o mais bonito... o mais bonito deste blogue é que ele só existe por vocês lhe encontram uma razão de existir. E sabem porquê? Porque nada mudou. Claro que há coisas que mudam. O som dos Radiohead muda, a Revista do Expresso também. Os nossos amigos mudam. Mas os Radiohead continuam a ser os Radiohead, o Expresso continua a ser o Expresso e os nossos velhos amigos, independentemente do novo cargo ou na nova namorada, continuam também a ser eles mesmos - os nosso amigos de sempre. E foi apenas isso que passou – o tempo. O resto permanece como era. Tanto assim é que este texto começa com um parágrafo que escrevi há dois anos e o parágrafo presente segue – a partir da próxima linha – com um excerto que escrevi há precisamente um ano atrás. Porque por melhor ou pior que seja este blogue, a sua qualidade (ou falta dela) não reside no seu valor per si. Ela é achada somente naquilo que cada um de vocês lhe reconhece. Porque nada do que aconteceu na minha vida por via deste blogue se deu porque as minhas fotografias são giras ou os meus textos engraçados. Aconteceu porque vocês lhes encontram esses atributos. Aconteceu porque vocês, gostem muito ou pouco, digam bem ou mal...aconteceu porque vocês os vêm aqui consumir. Ver, ler, louvar ou criticar. E mais importante ainda porque insistem em comentar o que por aqui se passa com os colegas, com os amigos, ao almoço ou ao jantar. Não vos vou agradecer por cá virem. Não vos vou agradecer por cá regressarem. Agrada-me que o façam mas não me vejo incumbido de vos gerar qualquer contrapartida por isso. Agradeço-vos sim por aquilo que me fazem sentir. De forma mais ou menos expressa, mais ou menos óbvia. Sinto que me dizem que isto faz sentido, que isto tem um sentido. Sinto que me pedem para continuar. Porque como me disse uma vez uma amiga “Pedir...não é necessariamente no sentido literal, pedir para mim é criar a ilusão no outro que não há outro lugar. Que tu és o lugar, entendes? Isso também é pedir.” E por isso, por criarem essa ilusão em mim, por me fazerem sentir que este é “o lugar”, por isso sim...por isso vos agradeço

E o mais bonito é que este meu grande amigo que – faz três anos agora – se deixou fotografar para este blogue me disse um dia:
Porque esse orgulho é o mais bonito retorno que me podem dar. O orgulho do Gonçalo e de muitos outros que aqui aparecem. O orgulho que, por si mesmo, faz com que este autor tosco encontre um sentido nesta publicação tosca. A tal publicação cujo o seu tosco autor um dia, um bocado amedrontado com a ideia que se tinha comprometido a levar a cabo, ligou a um bom amigo e pediu-lhe:
- Gonçalo... Importas-te que te fotografe? Prometo que não te tomo muito tempo. Não te importas que te fotografe, pois não?