domingo, 30 de maio de 2010

Ontem apanhei estes dois a fazer isto





E o "isto", pelo que percebi, pode ser visto aqui

sexta-feira, 28 de maio de 2010

é DO HOMEM é




[ao Sr. João Mineiro. porque as grandes empresas são precisamente aquilo que os seus (grandes) colaboradores lhes permitem ser. quem já entrou um dia na San Giorgio sabe perfeitamente do que estou a falar]

No showroom. Era lá que figuravam as sugestões para o próximo Inverno. Era lá que seria de esperar que estas fotografias tivessem sido tiradas. Mas nas quase duas horas que estive na Diniz & Cruz não foi apenas de casacos ou gravatas que ouvi falar. Ouvi falar de pessoas também. E conheci-as. Das senhoras da limpeza ao comercial. Do armazenistas aos alfaiates. Das encarregadas de linha aos herdeiros. Não sei precisar quantas mãos apertei, quantas vezes acenei com a cabeça ou quantas mostrei os dentes. As suficientes para sugerir que estas fotos fossem tiradas, não junto às peças que vou querer vestir no próximo Inverno mas na "linha", junto àqueles que lhes dão vida. Na foto está o Sr. José Manuel Cruz. Falta o seu homónimo, o Sr. José Manuel Diniz. Os dois, acompanhados pelo Sr. Fernando Diniz fundaram a Diniz & Cruz há 38 anos.

Nenhum destes senhores desconfia e convém admitir que o algarismo não impressionará ninguém mas faz agora 5 anos. 5 anos que a minha relação com esta empresa teve início. Ia ter o meu 1º trabalho a sério. A fase de formação estava prestes a começar e eu precisava dum fato. A passagem para o formato “casaco e gravata” na vida dum rapaz com idade para usar cartão-jovem nem sempre é fácil e, já que não a podia evitar, que ao menos a vivesse da forma mais agradável possível. Gabo-me a paciência, percorri a cidade inteira. Não houve pronto-a-vestir onde não tivesse parado. Desde os Fanqueiros à Avenida passando por um ou outro centro comercial, Guerra Junqueiro, Avenidas Novas, Braamcamp e Baixa, não houve retalhista onde não tivesse entrado, perguntado, experimentado ou simplesmente metido o nariz. Percebi que um número pequeno de marcas absorve a esmagadora maioria da oferta e cheguei a uma conclusão simples: não há uma ou duas marcas interessantes no mercado, nomear-vos-ia facilmente uma meia dúzia. Mas eu não estou aqui para falar daquilo que eu gosto ou simplesmente tolero. Estou aqui para vos falar daquilo que eu mais gosto, daquilo que eu prefiro (desconfio que seja essa a maior vantagem de escrever para mim próprio).

Esse fato é nosso”. Foi a 1ª coisa que o Sr. Cruz me disse quando me aproximei. Não tinha sido complicado proporcionar-lhe a delicadeza e também não estava surpreendido pelo reconhecimento. Entre os 14 fatos e casacos que fui ali contar ao armário apenas 2 não são Do Homem. Ora este meu desejo de visitar a fábrica já tinha alguns anos. É que…como explicar-vos, eu sou daqueles clientes insistentes, não direi chatos mas insistentes. Uma vez na Lourenço & Santos (ali mesmo ao lado do antigo Cinema Condes, já haverei de voltar a ela) achei que os botões do casaco da nova colecção da Do Homem estavam cosidos um centímetro acima do que me tinham habituado. O senhor que me atendia achou que eu era louco e limitou-se a acenar com a cabeça por delicadeza comercial mas não saí de lá convencido. Como o senhor tinha quota-parte de razão (tenho efectivamente uma certa pancada e a minha mãe é a primeira a reconhecer isso) liguei para a fábrica da Diniz & Cruz a contar o sucedido e a dar o meu feedback – o Marx dizia que a luta de classes era o motor do mundo, eu sou um bocadinho mais choninhas, acho que são os feedbacks que o fazem andar para a frente. Perguntei se podia visitar a fábrica mas indicaram-me uma loja no Largo da Graça que pertencia à marca e que seria o sítio ideal para colocar as minhas questões e conhecer uma amostra alargada da marca. A loja é a San Giorgio. Foi lá que encontrei o Sr. João, a quem dedico este artigo, e o Sr. Horácio, a 4ª pessoa a figurar neste blogue. A San Giorgio esteve recentemente encerrada para obras. Reabriu há três semanas, com a mesma calçada portuguesa a entrar loja adentro mas com um encanto novo. A verdade é que a visita saiu-me mais cara do que pensava, mas esse já se sabe, é o risco que corremos quando entramos numa loja assim.

O Grupo Diniz & Cruz tem duas marcas, a Do Homem e a Dalmata. Eu não vou falar da segunda porque, dessa marca de senhora, tudo o que conheço são uns catálogos bem apessoados. Mas a primeira é a minha marca. E recordo o Sr. Cruz a fitar-me com ar provocador e dizer “os nossos casacos são provavelmente os melhores casacos do mundo”. Ri-me e respondi-lhe que não havia necessidade de despender energias comigo uma vez que, bem ou mal, já estava convencido faz tempo. Andar pela fábrica, pela “linha”, pelo “corte”, pelos “ferros” ou pelo armazém e viver um dia normal de uma unidade de produção daquele tamanho deixou-me encantado. Segui os vários processos de confecção, vi as colecções futuras e descobri que há padrões lindíssimos que nunca encontrei à venda em Portugal apenas porque, ao que parece, não há quem os compre. Os mesmos padrões que são exportados (já que a balança comercial do nosso país está na ordem do dia) para algumas das artérias mais famosas de Paris, Londres ou alguma cidade italiana. E fiquei também contente por saber que era pela mão da “minha” marca que uma outra loja ia reabrir. A Lourenço & Santos, onde ia religiosamente abastecer-me de gravatas de malha. Ainda lá não voltei, mas de hoje ou amanhã não passa. Agora acreditem no que quiserem. Vir falar-vos da minha marca de eleição, da minha loja favorita ou da antiga loja que reabriu não é publicidade gratuita. Este blogue é-me demasiado querido para me poder dar a esse luxo. Este post asseguro-vos, este post é um conselho de amigo

terça-feira, 25 de maio de 2010

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ci vediamo Milano




Fora de tempo. Tinha lá estado sempre fora de tempo. Em Agosto o calor aperta, mata, resseque. O clima continental torna o pico do Verão insuportável e, como em qualquer metrópole longe do mar, a cidade morre. Há supermercados que fecham e, por mais estranho que pareça, alguns hotéis também. O elemento água é praticamente inexistente. Se o mar está longe, rio é coisa que também não existe, restam três canais abertos faz séculos (incapazes de nos hidratarem o corpo ou o espírito) e o sol insuportável que parece derreter o alcatrão. Não tem fama de bonita e não o é no mesmo sentido de tantas preciosidades italianas mas sobra-lhe imponência, sobriedade e cosmopolitismo. E foi isso que encontrei em Maio que me tinha escapado tantas vezes em Agosto. Essa cidade cosmopolita repleta de milaneses sofisticados mas pouco simpáticos na sua aparência. Que nos tiram a medida ao cabelo, ao tom da pele, ao corte do casaco, à cor das calças e ao que trazemos calçado mas que, só se os convencermos que merecemos, nos oferecem um sorriso. Para mim, a grande diferença entre os italianos e os demais a vestir é a linha ténue que faz de um determinado acessório um artigo essencial para uns e algo perfeitamente supérfluo para outros. E isso nota-se desde cedo, como um traço cultural presente entre todos. Homens, mulheres, ricos e menos ricos. É raro o puto que não traz uma pulseira, um colar, uma fita no cabelo ou um lenço no casaco que não fosse perfeitamente dispensável por um miúdo inglês, português ou francês. A aldeia global não dá margem para diferenças marcantes no que diz respeito ao traço estrutural dum padrão de beleza, de estilo ou do que quer que seja. Por isso restam-lhes os detalhes. E é nos detalhes que estes tipos marcam a diferença. Eles e elas. Até porque se me permitem, Milão lembra-me uma cidade ao som daquele velho slogan do Sr. Azzaro, “para homens que gostam de mulheres que gostam de homens”. E quando penso nisso, lembro-me de quem encarnaria na perfeição esse papel de dandy. O Luigi, num desses Agostos que passei ao engano por Milão. Já Maio deixa-me saudades, e pelo que vejo, à Camilla também

quarta-feira, 19 de maio de 2010

terça-feira, 18 de maio de 2010

Ann-Kristin

Anne-Cristhine (2)
Anne-Cristhine

Tenho cá para mim uma teoria relativamente a blogs e bloggers. Às vezes perguntam-me “mas o que é que podes fazer com isso?” e reconheço sempre naquela pergunta o mesmo tom desconfiado e irritante com que, nos meus tempos de faculdade, me perguntavam o que iria fazer com o curso que tinha escolhido. Uma espécie de sucedâneo diplomático para um “não percebo porque raio andas a perder tempo com essa merda que, ou muito te engano, ou não te levará a lado algum”. Agora como dantes, limito-me a encolher os ombros e acenar com a testa, por forma a confirmar ao meu interlocutor precisamente aquilo que ele já sabe ou pensa saber – que aquilo que faço jamais servirá para alguma coisa. São estas mesmas pessoas que me contemplam chocadas quando lhes respondo que não estou particularmente interessado em ter banners aos pulos a publicitarem isto ou aquilo no espaço livre à esquerda deste texto e, precisamente por olharem para mim de forma estranha, me levam a guardar comigo a tal teoria, por receio que seja vista como tonta, descabida ou pretensiosa.

A Ann-Kristin é norueguesa. Se bem me recordo estava em Milão a visitar uma amiga sueca que trabalha numa estação televisiva e que, disso lembro-me eu bem, tinha sempre sugestões para umas festas interessantes. Já a tinha conhecido de véspera e, depois de nos cruzarmos precisamente numa dessas festas, estas duas fotos representam o terceiro encontro num espaço inferior a 24 horas (e depois não querem que um gajo sinta que já domina uma cidade). Como a Ann-Kristin faz parte da equipa da Elle em Oslo achei que, depois de partilhar a tal teoria com um ou outro amigo, haveria de o fazer com alguém que estivesse ligado ao meio. E como em tudo na vida, é sempre mais confortável fazê-lo com alguém que não esperamos encontrar de novo que com aqueles com quem nos habilitamos a cruzar diariamente. De resto, a suposta teoria tem muito pouco de inovadora. Não é mais que a concretização de um silogismo básico iniciado por duas premissas ainda mais simples. A primeira diz que as edições online estão a conquistar (uma cada vez maior) quota de mercado às edições impressas. Não sei como serão as coisas daqui a 5 ou 10 anos mas estarão, muito provavelmente no mesmo ponto inimaginável em que se apresenta agora a realidade quando comparada com as nossas expectativas rudimentares de há 5 ou 10 anos atrás. A segunda lembra que os bloggers são uma espécie de Zés ninguém que, sem o apoio de qualquer entidade ou estrutura, conquistaram sozinhos a atenção e o respeito de quem os segue. Não consigo imaginar um processo mais democrático que o de um perfeito estranho que ensaie umas publicações caseiras em formato online onde discorra sobre aquilo que o seu percurso académico ou trajecto profissional não lhe permitiu nunca abordar ou aprofundar ou, simplesmente, sobre o que quer que mais lhe apeteça. E que, aos poucos, por este ou aquele motivo (ou simplesmente porque quando fazemos aquilo que mais gostamos nos arriscamos a fazê-lo bem) começa a conquistar uma audiência fiel e regular que vai crescendo e lhe vai conferindo credibilidade, respeito e capital social.

Há uns tempos encontrei a Ana Garcia Martins (que ao lado do "tipo dos pipis" me parecem os ícones referenciais para documentar esta ideia) e disse-lhe que achava fascinante a obtenção de conquistas pessoais e profissionais através de um projecto tão pessoal quanto um blog. Não que eu ache que ela ou outros devam algo ao blog. O blog não é uma entidade per si. O blog foi apenas a forma possível para exprimir um dado talento. A mesma forma que não teria lugar há dez anos atrás e que, muito provavelmente, já não fará sentido a quem daí vier dez anos à frente. Até lá é mesmo assim. Enquanto me fizerem perguntas sobre o que se pode tirar de um blog vou-me lembrar sempre do mesmo silogismo básico. "Se a imprensa não (sobre)vive sem o online, se o online já não passa sem os blogs… (Conseguirá viver a imprensa sem os bloggers?)" A Ann-Kristin acha que não

segunda-feira, 17 de maio de 2010

domingo, 16 de maio de 2010

Mesma hora mesmo sítio, meteorologias e bicicletas diferentes

Mesma hora mesmo sítio, meteorologias e bicicletas diferentes
Mesma hora mesmo sítio, meteorologias e bicicletas diferentes (2º dia)

Reencontrar pessoas em cidades estranhas provoca-nos sempre aquela sensação idiota (mas bem agradável) de que ainda agora ali chegámos mas já dominamos a cidade. Que sabemos onde se passa x, que a zona y é a mais indicada para isto ou aquilo e que, se fizermos corta-mato pela ruela z conseguimos chegar ao ponto mais desejado da cidade. Na primeira vez que encontrei o Martino estava a devorar uma posta milanesa enquanto ia conversando com um casal japonês que, mesmo a pedir umas piadas estereotipadas sobre o seu povo, olhava para a minha máquina fotográfica (japonesa por sinal) como se da última maravilha do mundo se tratasse. Encantei-me com o visual napoleónico do Martino e lá lhe fui tirar a fotografia da praxe, sugestão à qual ele reagiu tão naturalmente como se lhe tivesse perguntado as horas ou uma informação turística.

Da segunda vez foi diferente. Estava a almoçar com uma dinamarquesa que tinha encontrado fortuitamente na Via Brera e que – lá está outra vez a sensação idiota a vir ao de cima – tinha conhecido por ali dias antes. Bebia vinho branco como se fosse água mas, ao contrário da falta de encanto que costumo encontrar nas mulheres que estão mais emborrachadas que eu, estava deliciado com ela e com aquela bebedeira encantadora a transbordar feminilidade por tudo quanto era poro do seu corpo. Pelo olhar (e pelos olhos), pelo sorriso (e pela boca), pelo ombro semi-nú e pelo decote que se exibia quando, rindo, se debruçava sobre a mesa. E até pelo inglês atabalhoado que 48 horas antes me parecera tão perfeito. Quando até aos tropeções em ditongos e fonemas se acha encanto corre-se o risco que quem esteja sentado à nossa frente se comece a dar conta da boa impressão que está a deixar do outro lado da mesa e, lá estava ela, bêbada mas nada parva, a registar a minha crescente rendição àquele concentrado de feminilidade. A dada altura lembrou-me, bem à imagem do espírito prático escandinavo em questões desta natureza, que a sua disponibilidade não era necessariamente proporcional ao álcool que tinha no sangue e que, não obstante estar-se a divertir imenso, não queria que eu a interpretasse mal o que, convenhamos, foi apenas uma forma mais sofisticada de me dizer, “lá por ser Domingo, estarmos bêbados e razoavelmente atraídos um pelo outro, e os nosso apartamentos serem próximos, não significa que lá vamos parar”. Disse-lhe, com um ar de gozo que tinha por fim fazê-la sentir-se um tanto ou quanto ridícula, que ela tinha descoberto mais bons motivos para que isso acontecesse do que eu julgava existirem mas que, o amigo de quem lhe tinha dito estar à espera não era apenas uma “entidade imaginária” e que, nem de propósito, já o avistava ao fim da rua. Levantei-me e lembrei-lhe que o único motivo pelo qual não lhe tinha sugerido uma fotografia era que, se o fizesse, não me sentiria confortável a escrever sobre ela e aquele almoço. Já o Martino, recordo a sua reacção quando o amigo lhe perguntou para que raio eram aquelas fotos. Recorreu àquela mímica italiana de juntar as pontas dos dedos apontadas para o céu e disse, com o ar de gozo que facilmente se lhe imagina, "Lo sai, io e la moda, la moda e me..." [qualquer coisa como “Tu sabes, eu e a moda, a moda e eu...”]

E pronto, lá fomos à nossa vida com aquela sensação idiota (mas sempre agradável) de quem já domina uma cidade

sábado, 15 de maio de 2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

quarta-feira, 12 de maio de 2010

terça-feira, 11 de maio de 2010

domingo, 9 de maio de 2010

quinta-feira, 6 de maio de 2010

"oh yeah" Elisabeth

Oh Yeah Elisabeth

oh yeah” foi o que eu pensei quando a vi. “oh yeah” foi o que eu pensei quando vi o seu site. “oh yeahElisabeth Moch. Eu já nem estou aí para as calças dela, vejam bem as ilustrações. “oh yeah

quarta-feira, 5 de maio de 2010