quinta-feira, 30 de abril de 2009

Eu gosto da Time Out e a Time Out (parece) gosta(r) de mim


O artigo serve essencialmente para divulgar o blog. Ou seja, para aguçar a curiosidade daqueles que ainda não o conhecem. Não me parece que quem já o segue o faça com maior entusiasmo por haver uma revista a retratá-lo com bons modos. Era este o argumento principal do meu único amigo que nao achava sentido em publicar um post sobre o artigo da TIME OUT. Apesar de isolado pareceu-me o mais ajuizado.

Devo assumir uma certa infantilidade na tentação de dizer a quem aqui passa “atenção...este blog saiu na TIME OUT”. Mas ontem li o artigo. Gosto de ser bem tratado, mas ainda mais de retribuir a quem o faz. Diria que todos nós temos direito a um momento de infantilidade extrema mas eu não cheguei a gastar o meu. Este era devido, à TIME OUT em geral e ao Tiago Pais (e ao João Vieira) em particular.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Antologia de um casaco




Quando há pouco tempo o meu afilhado me pediu uma sugestão para o seu primeiro fato disse-lhe por telefone: "azul escuro, dois botões e duas rachas". A mesma sugestão que dava aos meus amigos quando, em vésperas de 1ª oral na faculdade ou 1ª entrevista de emprego, me diziam que queriam usar outro fato que não aquele que a mãe lhes tinha comprado um dia para irem ao casamento de uma prima de quem ja nem se lembram do nome.
O azul escuro será sempre a minha escolha para uma primeira peça. É possível que sugira um cinzento para uma segunda mas dificilmente à terceira não me ocorrerá a introdução do xadrez. Quando compramos um casaco de xadrez arriscamo-nos a: a) perder mais uma tarde a encontrar uma gravata adequada, b) ter o nosso chefe a olhar-nos de lado e c) receber elogios apenas das únicas mulheres do mundo que nunca o deixarão de fazer – as nossas avós. Mas como dizer... há uns tempos dei com um blog chamado this is our thing. O casaco de xadrez é definitivamente, “a minha cena”.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

sábado, 25 de abril de 2009

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Três momentos







Uma parisiense a fazer do Miradouro de São Pedro de Alcântara a esplanada do Moinho em Carcavelos, uma belga a trocar uma mesa no Ben & Jerry`s pela base do Camões e a Ana a fazer uma pausa antes da hora de almoço no Flor de Sal. Três momentos simples, três momentos graciosos (e três diferentes modelos de sandálias)
p.s. - a elegância do momento não o sugere mas a Ana está semi-fardada

terça-feira, 21 de abril de 2009

domingo, 19 de abril de 2009

sexta-feira, 17 de abril de 2009

A mulher de vermelho

The women in red

O filme é de 84 e a recordação que tenho dele consegue ser ainda mais remota do que aquela que tenho do Maradona a levar a mão à bola dois anos depois no México. De resto, foram precisos muitos anos ainda para que se verificasse a troca de prioridades entre raparigas e futebol – este sim, o único critério verdadeiramente científico para delinear o início da puberdade masculina. Lembro-me basicamente dum protagonista com cara de parvo e de uma enorme mancha encarnada esvoaçante. O momento aqui retratado é mais sóbrio mas sempre que vejo uma mulher de encarnado recordo-me do filme.
Não lhe perguntei mas sou capaz de apostar que o trenchcoat que aqui vemos é H&M. Há dez anos atrás delirava sempre que um amigo sueco me trazia uma camisola de lá, e, alguns anos depois, quando de mochila às costas e passe de comboio semi-enfiado nos boxers, passava por outros países europeus onde encontrava esta loja a preços de Inter Rail. Fez 6 anos que a 1ª loja abriu no Chiado. Entretanto abriram muitas outras mas, ao contrário daquilo que é costume suceder, isso não me demoveu de continuar a lá entrar.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

The Burberry detail

The Burberry moment

Estivéssemos nós em pleno Inverno e dedicaria um post às gabardinas claras. É uma admiração antiga, dos tempos em que lia a B.D. do Dick Tracy e me deixava impressionar por qualquer herói que desancasse meia dúzia de mauzões e aparecesse agarrado a uma mulher vistosa. Mas hoje fico-me pelo detalhe daquela gola. Dificilmente alguma american label conseguirá um dia competir com a elegância daquele padrão britânico. Não me interpretem mal, eu gosto imenso daquelas letras gordas alusivas às grandes universidades norte americanas e até estou disposto a pagar 20 ou 30 dólares por um souvenir desses, com “Yale” ou “Berkeley” estampado e (aposto) etiquetas da Hanes ou Fruit of the Loom. Não me sinto é habilitado para desembolsar 100 ou 200 euros para anunciar seja que marca for no meu próprio peito. Já por aquele padrão…
P.S.- acabei de confirmar em diversas fontes, foi mesmo o Thomas Burberry quem inventou a gabardine (1880)

terça-feira, 14 de abril de 2009

domingo, 12 de abril de 2009

O homem de branco




Vestir (todo) de branco não é fácil. E por mais que o clima convide acabo sempre por declinar. O desafio é simples, olharmos para o espelho sem que ele nos faça sentir parte de uma boys band. Tal não me passou pela cabeça quando vi este senhor e duvido que o seu espelho tivesse alguma coisa a acrescentar. Só quando virei costas me interroguei “porque será que nunca me visto assim?”.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Amine




É francês e está em Lisboa há um ano. Amine fala com uma inocência difícil de encontrar. Perguntou-me o que achava do preço das t-shirts. Vendedor que se preze não pergunta se é barato, afirma-o. Sugeri-lhe apenas que fizesse um desconto a quem comprasse duas (nós consumistas gostamos sempre de pensar que estamos a pagar menos do que alguém já pagou antes). shukr@live.fr

quarta-feira, 8 de abril de 2009

É a segunda vez que sinto isto






Este blogue tem apenas 3 meses. São praticamente 50 posts e pouco mais de 80 fotografias que vão retratando pessoas que, e para ser o mais genérico possível, me despertaram a atenção por bons motivos. Não necessariamente pelos critérios mais importantes mas seguramente por bons motivos. Obviamente que tenho os meus favoritos mas houve duas vezes em que senti algo diferente. Como se, dentro daquele espectro estético, fosse impossível encontrar melhor que aquilo. Estas fotografias são uma simples sequência de retratos mas fizeram-me sentir isso outra vez. A primeira foi esta (clickar para ver)

terça-feira, 7 de abril de 2009

Jeans & All Star



Este é aquele tipo de rapariga que quando entra na faculdade tem 200 veteranos (acho que era isso que chamavam àqueles mancebos que, salvo generalização grosseira, exigiam ser tratados por doutores pelas mesmas miúdas a quem na semana seguinte estavam a impingir cafés no bar da associação) a oferecer-se para seu padrinho. Quando comecei o blogue achei que devia evitar aquilo que entendi ser o caminho mais simples e óbvio – fotografar miúdos e miúdas giras. O princípio pareceu-me bom mas não fotografar a Pureza e a Carolina teria sido, não um bom princípio, mas um mau dogma.

domingo, 5 de abril de 2009

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Osklen boy



Quem ali costuma passar é capaz de conhecer esta cara. Já a loja é famosíssima. Não me lembro da última vez que lá entrei mas nem preciso de o fazer para ter a certeza de que não perdeu os seus atributos.
Em Portugal tem-se dois pesos e duas medidas para tudo o que vem do Brasil. É possível ouvir-se o termo "brasileiro" ser empregue da forma mais depreciada possível e, segundos depois, escutar alguém discorrer uma visão sofisticada daquele país, do seu encanto tropical ou do charme natural daqueles que lá vivem. Apetece-me dizer que para os portugueses há dois países distantes entre si... O Brasil do crioulo e do Sertão e o Brasil de Floripa, da São Paulo Fashion Week (onde a Osklen comparece desde 2003) e dos sobrenomes alemães. Fico sem perceber se gostamos mais deste último por ter mais charme ou simplesmente mais dinheiro (ou será que nem sabemos distinguir uma coisa da outra?).
Olho para as fotografias que tenho na parede do meu quarto e fico com a sensação de, no Verão de há cinco ou seis anos atrás, parecer um patrocínio ambulante desta marca. Nessa altura, entrar naquela loja - no que a mim diz respeito, em época de saldos certamente - de aspecto clean, música relaxante, sotaque bonito e roupa irreverente não era indiferente a ninguém. Meia dúzia de anos depois continua a dar que falar. Mas não é apenas por conseguir aliar descontracção e sofisticação melhor que qualquer outra marca no mercado. Muito desse mérito vem também deste rapaz e dos seus colegas que se chegam perto da gente, colocando a mão deles em nosso ombro e perguntando, mesmo assim…usando e abusando do gerúndio, “fica bem, não fica?”. A mesma (afirmação disfarçada de) pergunta que noutra loja qualquer nos deixaria a praguejar com aquela irritante marcação homem a homem e que ali, nos desenha um sorriso, assim…tão genuíno quanto o deste rapaz