Caro Manel,
Há quem tenha a capacidade de intimidar os outros pela sua presença, quem tenha a faculdade de fazer passar o trânsito pelo seu andar e há quem tenha a virtude de não se deixar mitigar por aquilo que veste. Quando estamos fardados perdemos sempre um pouco de nós em favor do pedaço de roupa que vestimos. Senti-me sempre um pouco menos Zé quando tive de o fazer. Imaginarás facilmente que para um gajo que se lembra de fazer um blogue sobre trapos, vestir os trapos que não escolheu lhe causará particular comichão. Mas tu Manel, tu disseste-me apenas “pode tirar uma fotografia sim, estou apenas a fazer o meu trabalho”. Pois estavas Manel. E quem olhava para ti percebia que quem te visse em traje de gala no Coliseu, ou de calções de banho na Costa, te veria sempre a ti. Já eu pareço experimentar uma multiplicidade de (alter) egos enquanto alterno entre o casaco e gravata de 2ª a 6ª e o boné e as alças de fim-de-semana. “pode tirar uma fotografia sim, estou apenas a fazer o meu trabalho”. Pois estás Manel, peço-te apenas que dês 10 minutos de tolerância a esse carro e que me perdoes tirar-te o “u” que o teu nome apresenta no B.I. Asseguro-te que o faço com a mesma simplicidade a quem (por vezes) custa não se apresentar como Zé no seu horário de expediente. E agora tenho que ir. Às 9h já tenho que ser José.
Um abraço
Zé
Há quem tenha a capacidade de intimidar os outros pela sua presença, quem tenha a faculdade de fazer passar o trânsito pelo seu andar e há quem tenha a virtude de não se deixar mitigar por aquilo que veste. Quando estamos fardados perdemos sempre um pouco de nós em favor do pedaço de roupa que vestimos. Senti-me sempre um pouco menos Zé quando tive de o fazer. Imaginarás facilmente que para um gajo que se lembra de fazer um blogue sobre trapos, vestir os trapos que não escolheu lhe causará particular comichão. Mas tu Manel, tu disseste-me apenas “pode tirar uma fotografia sim, estou apenas a fazer o meu trabalho”. Pois estavas Manel. E quem olhava para ti percebia que quem te visse em traje de gala no Coliseu, ou de calções de banho na Costa, te veria sempre a ti. Já eu pareço experimentar uma multiplicidade de (alter) egos enquanto alterno entre o casaco e gravata de 2ª a 6ª e o boné e as alças de fim-de-semana. “pode tirar uma fotografia sim, estou apenas a fazer o meu trabalho”. Pois estás Manel, peço-te apenas que dês 10 minutos de tolerância a esse carro e que me perdoes tirar-te o “u” que o teu nome apresenta no B.I. Asseguro-te que o faço com a mesma simplicidade a quem (por vezes) custa não se apresentar como Zé no seu horário de expediente. E agora tenho que ir. Às 9h já tenho que ser José.
Um abraço
Zé
23 comentários:
sim zé acho que tens razão acerca das fardas. um trabalhei quase 3 anos com dress code e ao começo é estranho deixarmons o nosso "eu" em casa para irmos com outro "eu" qq para o trabalho. depois habituamo-nos e conseguimos sempre levar mais de nós com o "eu" formal de 2ª a 6ª. como me disse um amigo meu ontem "na formalidade da minha informalidade, sinto-me mais confiante de gravata" ou como tu com os teus fatos axadrezados: deixamos de ser só um "eu" formal pra sermos nós mesmos em qq altura, como o manel :)
bisous
Original!
AVAN
Mto Bom!!! Para além da fotografia tb tens o dom da escrita =)) está fantástico!
Atentamente,
Bela Sonhadora
(cof cof cof)
Pois eu, que uso bata branca há 35 anos, sinto que ela já se colou a mim como uma 2ª pele. E acho que sou a mesma Isabel com ela e sem ela. Pelo menos continuo a tentar. O Manel que é da EMEL ( o que para aqui vai de rimas, pele-Isabel,Manel-EMEL) só está mesmo a fazer o trabalho dele. Sem abdicar de ser ele mesmo. Isabel I
Bob Marley + Emel. Curiosa combinação, realmente:) Abraço André B
Zé (vou tratar-se assim, com a certeza de que o teu segundo nome te assenta ainda melhor!)
...há imenso tempo que tenho vontade de deixar aqui um comentário. Post após post, fico deveras surpreendida (posso dizer, maravilhada- com a boca toda, como o sr. do anúncio?) com a graciosidade da tua escrita, ou por outra, com a magnitude da tua clareza-clara e da tua doçura-doce, passo os pleonasmos. O Sr. AVAN reencaminhou-me para cá, muito antes de vos ter encontrado na Avenida da Liberdade, naquele 25 do mês das quase-flores!
Obrigada pelas tuas palavras:bebem-se bem e cheiram ainda melhor!
Kiss&Shine
(Rita R.)
Há fotos que realmente nunca podem ser re-produzidas. O Manuel trasmite simplicidade e singularidade.
What a catch!
Bárbara Oliveira
que carta tão bonita :)
ainda bem que tiraste o U porque Manel rima com Emel
Porque será que por cada novo post que vejo maior é a sensação de que este blog vai dar (ainda mais) que falar?
evil mandela likes it!
adorei a singularidade do manel :)
I love the style of your city! A great blog.
Gosto do ar franzino do Manel e dos seus oculos.
Gosto da descrição desta foto, da maneira como escreves!!
Gosto da ideia e da atenção ao promenor!!
Gosto de vir aqui todos os dias ver, ler e sorrir.
Confesso que decobri este sitio porque fotografaste o meu namorado e lhe deste o teu cartão. Desde então, venho ca sempre espreitar a ver se encontro um Bruno mas nada... Não faz mal!! O manel sim, tinha de estar aqui!!**
É tão bom sermos muitos sem perdermos a essencia.. :)
Beijos,
AC
ehehehe rasta é sempre style ;o)
pais e mães de filhos a a tiracolo, modelos, pirolonas, fardados, rastas, se isto não é um blog plural... não sei o que é! :o)
(Geralmente não gosto muito de tirar o "U" de Manuel... mas neste caso sempre ajuda a ver este "EMEL" de uma forma mais intimista e sem ter vontade delh apertar o pescoço só de pensar que vai multar/mandar bloquear o popó...) :op
Andreia,
há uns tempos tive um problema num chip e, com muita pena minha, perdi uma mão cheia de fotos giras. é possível que seja esse o motivo pelo qual não chegaste a ver o Bruno
as minhas desculpas e obrigado pelas tuas palavras
[o meu comentário anterior tinha gralhas...]
Olá, Zé,
gostei muito de vir parar aqui, ainda mais por absoluto acaso. Primeiro reconheci o Ricardo (há anos que não o vejo), e lá mais abaixo dei por ti. É um belo exercício de contemplação, este teu blogue. Pena se (e isto sou eu a especular) o denominador comum com que os três andámos (in)vestidos te em tempos te fez sentir menos singular. Eu tive a experiência contrária. Mas to each its own, claro!
Um abraço,
Penso que este post se identifica com a maioria das pessoas que frequenta este blogue assiduamente.
Vejo o "Manel" todos os dias, incluindo aos Sábados quando vou para o escritório onde trabalho, escritório esse em que não sou obrigada a usar um dresscode especifico mas tenho que ter algum cuidado com a aparência, e até por sei lá, talvez respeito evito usar trajes que mostrem os meus piercings, e agora mais recentemente a tatuagem (graças dou aos lenços e echarpes, que podem ser usados em todas as epocas do ano, e que são a minha peça chave). Mas assim que saio do hórario de expediente visto me de uma forma mais "livre". Não deixo de ser quem sou mas noto que falta algo de mim, enquanto faço o meu trabalho.
:)
Pois o Manel é meu colega da faculdade... é uma surpresa ver uma foto dele num blog por onde uma vez vim calhar por engano!
Tudo o que os visitantes disseram é verdade - simples, boa onda - é o nosso Manel.
Creio que a reflexão na carta aberta deve-se também ao facto de o autor do blog ter dispensado alguns minutos a falar com ele...
Posso dizer que todos os minutos passados com o Manel foram bem dispendidos com certeza!
Um abraço,
Ana
Caro Zé,
A muito que pretendia dar uma olhada ao teu alfaiate lisboeta, o que fiz ontem (14JUN2010) finalmente! Não que me faltasse curiosidade, mas porque andei com as atenções viradas para tantas e outras coisas (como por exemplo: o meu casamento, o termino da minha licenciatura, a frequência do meu estágio como bolseiro de investigação em estudos africanos, a minha preparação para o mestrado, a mudança no trabalho... enfim um mundo em mudança...), pois foram vários os amigos e conhecidos que falaram da minha fotografia que colocaste no blogue e a famosa CARTA AO MANEL (FARDAS E IDENTIDADES), acredite as pessoas não se encontram por acaso a sempre uma finalidade e razão para nos cruzarmos, e o facto de teres parado para falar comigo, acabou imediatamente com o anonimato e a invisibilidade que existia entre nós, já que acredito que nos voltaremos a encontrar quando menos esperarmos pelas ruas desta bossa aldeia lisboeta... Foi um feliz encontro... Olha, já agora que falo de encontros e fotos, no dia 22MAI estava na estação central de Amesterdão aguardando pela minha mulher que tinha ido ao posto de informações e turismo quando se aproximaram de mim 3 raparigas da América do Norte (Canada e EUA) e perguntaram se podiam tirar uma fotografia, e eu tal como te tinha dito respondi prontamente mais uma vez "pode tirar uma fotografia sim, I in vacations..."... Fico muito feliz de constar da galeria dos teus fotografados...
Um abraço
Manel
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