sexta-feira, 29 de abril de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Benjamin the storyteller

Benjamin

Quando se faz um retrato destes fica-se com o coração preenchido. Com a sensação de que se quisesse passar 30 dias sem tirar uma foto o topo desta página ficaria bem entregue. Com a sensação de que por mais retratos que faça dificilmente voltarei a ser capaz de desenhar alguém assim. E por isso, antes mesmo de fotografar o Benjamin lhe disse “já te digo para o que é, deixa-me só tirar a foto que já te digo para o que é”. E por isso mesmo, quando ele me respondeu “não precisas de dizer” insisti:
– Mas eu quero dizer. [Quero que desejes (ser) esta foto. Quero que vejas aquilo que eu vejo e que, quando vires, te sintas feliz por isso. Porque é precisamente isso que eu mais quero, que cada uma das pessoas que fotografo se deseje tal qual a reproduzo. E é precisamente por isso ser que quero que me ignores e continues a fazer aquilo que estavas a fazer. Para que possas ver aquilo que eu vejo. Porque se algum dia vires aquilo que eu vejo agora serás, seguramente, um homem (ainda) mais feliz]

quinta-feira, 21 de abril de 2011

terça-feira, 19 de abril de 2011

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A Internet às vezes é uma coisa bonita

Recebo não sei quantos e-mails de marcas, de agências, deste, daquele, do outro e de um outro outro que já não consigo perceber quem é, quem representa, quem deixa de ser ou representar. Recebi este e-mail hoje. Acordei, não necessariamente bem disposto, a pensar no cliente que tenho que visitar esta manhã e na importância do que está em causa. Entrei na caixa de correio. Vi , li, guardei, respondi e apaguei. Antes de abrir um último e-mail decidi passar pelo spam a ver se encontrava algo que me subisse a moral.  Dou-me conta que já ninguém me escreve a prometer “enlarge your penis” mas continuo a ter gajos de toda a África a insistir que querem que partilhar comigo a sua herança astronómica, ingleses a disponibilizarem-me milhões de libras a um preço de amigos e umas miúdas que vivem do lado de lá da antiga cortina de ferro a dizer “eu sei que este e-mail vai soar estranho mas acho mesmo que fomos feitos um para o outro”. No meio deste admirável mundo novo de foda e dinheiro (muitos teóricos que conheci na noite me disseram que é desses dois temas que a vida dum homem é feita) parei neste e-mail. Como aquela história da gaja que se entra no Metro chega a casa e apanha o marido com outra ou o perde e continua a viver na ignorância. Eu podia ter cagado neste e-mail e a esta hora já estaria de banho tomado a fazer o nó da gravata enquanto bochechava o flúor da manhã e pensava na melhor forma de resolver o problema ao cliente. Enfim...acho a evocação ao Gandhi um tanto ou quanto too much (tenho uma concepção desse senhor grande de mais para sentir legítima qualquer tipo colagem à sua vida e à sua obra) mas vejam só a energia desta introdução. Num dia que for criativo duma merda qualquer (posso sonhar não posso?) hei-de ter uma campanha assim. Com uma música destas, com uma alma destas, com uma energia destas. Num dia em que trabalhe num sítio onde não precise de ter umas meias na gaveta para o caso de ser chamado à Direcção também vou querer fazer coisas assim. Já me esqueci que eles estão a falar de roupa, já me esqueci que me espera um dia lixado. Mas depois de ler isto é seguro. A reunião vai correr bem. E o resto do dia também. Ah...e com um bocado de sorte, os tais teóricos que conheci na noite não percebem um cú do que andam para aí a falar

Sempre que a minha avó não me vê os dentes diz-me "Zé...a beleza das vida está nas mais pequenas coisas". Vou enviar isto à minha irmã e dizer-lhe isso mesmo. Dizer-lhe que que "a beleza das vida está nas mais pequenas coisas". A Inês que me perdoe por merecia mais tempos no topo deste blogue. Mas deixar isto para depois já não me faz sentido. Inês, a tua avó nunca te falou nas "pequenas coisas da vida"? Sei que falou, sei que percebes

quarta-feira, 13 de abril de 2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Jay - mesmo sítio, mesmo sorriso, ano e meio depois

Jay - mesmo sítio, ano e meio depois

Fora de merdas. Dá-me gozo. Desço a avenida, subo o Carmo, viro à esquerda, sigo à direita e facilmente me cruzo com duas, três ou mais pessoas que já fotografei. Se sabe bem? Sabe pois…faz-me sentir (por mais estranho que o termo me soe) que tenho uma qualquer espécie de  “obra feita” em Lisboa (boa ou má tanto faz, relembro que essa obra tem forma e corpo, que é afinal mais que uma simples página e que tem... mais importante que tudo... que tem vida). Recorda-me que consegui, em dois anos e, curiosamente, a trabalhar a 40km daqui, um apanhado de Lisboa, dos lisboetas, dos que por cá passam, visitam ou espreitam. Se levo alguém amigo ao lado comento baixinho “Estás a ver a aquele senhor ali? Aquela miúda acolá? É a 3ª pessoa com que nos cruzamos hoje que já fotografei”. Dá-me gozo. Penso para mim "$#€%-=@! (que parte de mim que guardo só para eu mesmo não sobrevive sem uma mão cheia de asneiras) esta brincadeira já foi bem mais longe que eu alguma vez teria pensado". E lá sigo contente com aquele sorriso de louco (de quem se ri sozinho por sua conta, risco e ridículo) causado, desta vez, não por uma qualquer demência que faria bem melhor em não a contar aqui mas, simplesmente, por sentir isso mesmo... que tenho a tal obra (boa ou má tanto faz, relembro que essa obra tem forma e corpo, que é afinal mais que uma simples página e que tem... mais importante que tudo... que tem vida). Mas vá… Lisboa deu nome a este blogue, é normal que de tanto a palmilhar me cruze com x ou y, que saque esta ou aquela foto e que vá coleccionando uns  transeuntes com sentido de estilo  e uma dose mínima de confiança num tipo com um ar aciganado que lhes sugere  (mais coisa menos coisa):
– Vai uma foto?

Mas sigo pensando…não faço mais do que aquilo que me propus

Mas toda esta pica tem um gosto especial quando percorro uma rua duma outra cidade, num outro pais, longe do estuário do Tejo, longe dos antigos apeadeiros da Brigada Fiscal, longe de Elvas e Vilar Formoso e vou na rua e dou por uns olhos fixos em mim, e um rosto, e um sorriso grande, daqueles rasgados (que nos confere um ar exótico , um traço oriental, tal é a pressão que exerce sobre os olhos), e oiço um “hola”, um “ciao”, um “salut” ou um “hi” de alguém que já fotografei antes. E foi mais ou menos isso que aconteceu com a Jay. Mas desta vez fui eu que me ri. Fui eu que disse, não “ciao” mas “olá”, porque me lembrava que falávamos (com doses diferente de pronomes e gerúndios) a mesma língua. Ri-me  e perguntei-lhe “não te lembras de mim?”. Também eu estava menos vestido que da última vez que nos havíamos cruzado. Também eu estava a olhar para ela com o tal sorriso (que nos confere um ar exótico , um traço oriental, tal é a pressão que exerce sobre os olhos). Também eu me lembrava daquele vestido esvoaçante. Também eu estava com vontade de repetir a foto. No mesmo sítio, ano e meio depois

quinta-feira, 7 de abril de 2011

segunda-feira, 4 de abril de 2011