terça-feira, 30 de junho de 2009

Rua Augusta - casaco e chapéu de mãos dadas

Sr./Mr. Alcídio de Carvalho

Casaco branco não é coisa que muitos homens portugueses se sintam confortáveis em vestir. Chapéu branco não é coisa que muitos homens portugueses se sintam confortáveis em usar. Mas ainda há alguns para quem não parece ser problema usar tanto um como outro. E de preferência… em simultâneo. Ainda ontem conheci um desses homens – o Sr. Alcídio de Carvalho.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

A moda e o mundo rural (Várzea de Santarém)

A moda e o mundo rural
fashion & countryside

- Ah e tal...tenho um monte no Alentejo.
Quando entrei na faculdade eram frases como esta que mais sofisticação delegavam no mundo rural. Em pleno confronto directo para ver quem mais doses de charme lançava sobre uma mesma miúda lá me ia safando com um “Sei de um monte giro, não muito caro. [No meu Fiat (com leitor de K7) sem ar condicionado mas com os dois vidros bem abertos] estamos lá em pouco mais de duas horas”.

Os tempos são outros (o carro e o rádio não), o mundo rural é agora visto de uma forma cool, sofisticada. Voltámos a valorizar o conceito de “tradicional”, enaltecemos uma catrefada de vezes que isto ou aquilo é feito à mão, plantamos hortas no meio da cidade (e os nosso amigos acham o máximo), preferimos comida natural a corantes e conservantes e estamos dispostos a pagar (e às vezes muito) para que famílias de agricultores partilhem connosco o seu modo de vida. O conceito de Pousada compete, ombro a ombro, com hotéis de porteiros de fraque e cartola, eu já ganho vergonha na cara quando não consigo reconhecer a planta que o meu avô tem no seu alpendre (e ele pergunta sempre, meio gozão, “com que então julgavas que a batata vinha do pacote, não era?”), percebemos que não conhecer o Vale do Douro deverá ser motivo de maior embaraço que nunca ter passado férias na Praia da Rocha e, de repente, queremos lá nós saber que a água de Sagres seja gelada e achamos de longe maior encanto às praias vicentinas que àquelas que ligam Vilamoura a Albufeira.

A moda não é autista e se toda a gente lhe diz que “O mundo rural é que esta a dar” ela debruça-se sobre ele. Confesso que não estava bem certo disso e que ainda vivia um bocado na ideia (e no preconceito) de que as colecções eram quase todas baseadas em astronautas ou no que quer que pudesse haver de concepções futuristas. Mas uma colega minha do 5º ano (hoje, distinta Designer de Moda em Estocolmo) explicou-me, via e-mail, o quão enganado estava (obrigado F.). E realmente…penso nos bonés, nas boinas e nos chapéus (se na cidade metade do que se põe na cabeça se usa por estilo, no campo, faz-se por zelo), nos xailes e écharpes, nos ensebados e nas samarras, nos lenços na cabeça e na lapela ou nas pequenas fortunas que gastamos em botifarras que lembram o calçado de quem lavra a terra…

Estaria a dar-vos uma grandessíssima tanga se dissesse que tudo isto me ocorreu quando, naquele fim de tarde abafado, acabado de sair da bonita Igreja onde se casou a Filipa e o João, avistei este senhor com as suas ovelhas – queria escrever o seu nome completo, tal qual mo disse a mim, mas não encontro o papel onde anotei nome e morada e sempre me ensinaram que, não devo trata alguém que não conheço bem, apenas pelo seu nome próprio. Pensei apenas que não era todos os dias que tinha a oportunidade de fotografar um homem com o seu rebanho. Parei o carro e fui-lhe falar. Achei que recriava na perfeição a personagem colectiva que tinha em mente. Agora, resta-me reencontrar a sua morada e cumprir com o prometido – enviar-lhe a fotografia que tenho aqui ao meu lado (ou se preferirem... "à minha beira")

quarta-feira, 24 de junho de 2009

E por falar em riscas..

Por falar em riscas.. / Speaking about stripes..

..hei-de gostar sempre das azuis e brancas

terça-feira, 23 de junho de 2009

Quem disse que riscas não dão com riscas?



[o post inicial não "trazia" texto mas perante algumas questões que surgiram nos comentários (contente por a imagem ter gerado feedback) decidi escrever]
As gravatas de malha, não sendo as mais comuns, não são propriamente espécimes raros. Para cores, padrões, formatos e preços diferentes podem encontrá-las, entre outros, no Nunes Corrêa, na Cravatta House ou na Labrador. Mas as minhas preferidas são escolhidas na Lourenço & Santos, 50 metros abaixo do antigo Cinema Condes (actual Hard Rock Café). E concordo com o que alguém escreveu; estas gravatas, à semelhança dos casacos de malha, transportam-me para uma imagem dum afável patriarca de família. Mas isso não me impede de usar e abusar delas. Ou não vos falei ainda na minha queda por contrastes?

domingo, 21 de junho de 2009

Ericeira - Sr. Nicolau da Praia da Baleia

Ericeira - O Sr. Nicolau da Praia da Baleia

Depois de ter tirado a fotografia cheguei à conclusão que tínhamos todos reparado no Sr. Nicolau mal chegámos à praia. Um misto de Hemingway e do homem latino que faz as delícias das mulheres do Norte da Europa que escolhem Portugal para gozar uns dias de praia e diversão. “É o homem mais conhecido da Ericeira” gritou-me o Nadador Salvador sénior com orgulho vincado de amigo enquanto fechava a sua barraca. De que adianta falar no intemporal pólo Lacoste (que trazia vestido) quando se está perante uma figura assim?

quarta-feira, 17 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

domingo, 14 de junho de 2009

Equilíbrio de contrastes

IMG_2157

Sempre achei que um bom equilíbrio de contrastes era meio caminho andado para um cenário bonito. Lembro-me do Francisco, um mulato enorme lá da rua que vestia sempre uns impecáveis fatos de linho claro, do punk de olhos azuis e faces rosadas com quem me costumava cruzar no metro da Cidade Universitária, de uma qualquer peça clara por cima de uma pele bronzeada ou da mania de usar a camisa mais clássica e o pull-over mais cagão com as minhas calças mais largas. As tatuagens, goste-se mais ou menos, são uma imagem forte, e nos homens, quase sempre agressiva. Os óculos graduados, por mais esforços de Design ou ginástica de Marketing, dificilmente perderão a sua conotação de serenidade, sabedoria ou trabalho. Os dois juntos são o Alexandre. Aqui, o pólo da Fred Perry – que per si já valia um post – é apenas um bónus. Tudo o resto é Alex

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Moda e motociclos



Tive de correr, fazer fé que as limitações de trânsito da baixa jogassem a meu favor e tirar partido da cor do semáforo para conseguir tirar esta fotografia. Voltei costas a pensar “já é a segunda fotografia que tiro a uma mota e do Alfaiate, espera-se antes que tudo o mais, que seja um blogue de moda ou que nela se inspire para falar do tal tudo o mais”. Fiquei a remoer no quão giro era a mota e nos aparentemente bem sucedidos posts em que não me cingi à pura análise estética dos trajes daqueles que se deixaram fotografar. Virei na Rua Augusta e entrei no MUDE (Museu de Design e Moda) e a primeira coisa que vi exposta, antes ainda de um conjunto de saia e casaco Christian Dior, foi uma Vespa 125. Aí pensei vaidoso:
- Para funcionário bancário não estás nada mal.

p.s. - gostou da scooter? carregue aqui para saber mais

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Elegância paulista

Elegância paulista

Há duas razões essenciais para que não publique um post todos os dias. A primeira tem que ver com constrangimentos pessoais, a outra é o simples facto de as pessoas terem o (bom) hábito de andar acompanhadas. Interromper qualquer diálogo para sugerir “ia precisar do vosso amigo(a) durante 30 segundos” parecer-me-á sempre um pouco indelicado para com o outro(s) interlocutor(es) e dificilmente não me evocará a tarefa mais ingrata daqueles cujo trabalho passa por estar à porta dos estabelecimentos nocturnos a definir quem entra e quem vai para casa. Divagações à parte... O marido desta senhora era bem parecido e charmoso demais para se deixar incomodar por um puto que, antes de se dirigir a ela mesma, lhe perguntou se podia fotografar a mulher dele. Enfim...deixemo-nos de tretas, a decisão caberia sempre a esta paulista mas todos sabemos que quando calha a quem mais gostamos somos sempre um pouco mais susceptíveis do que seríamos noutra circunstância qualquer. De resto, o seu marido tinha tanto em porte quanto em simpatia. Fotografar assim dá gozo

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Carta ao Manel (fardas e identidades)



Caro Manel,
Há quem tenha a capacidade de intimidar os outros pela sua presença, quem tenha a faculdade de fazer passar o trânsito pelo seu andar e há quem tenha a virtude de não se deixar mitigar por aquilo que veste. Quando estamos fardados perdemos sempre um pouco de nós em favor do pedaço de roupa que vestimos. Senti-me sempre um pouco menos Zé quando tive de o fazer. Imaginarás facilmente que para um gajo que se lembra de fazer um blogue sobre trapos, vestir os trapos que não escolheu lhe causará particular comichão. Mas tu Manel, tu disseste-me apenas “pode tirar uma fotografia sim, estou apenas a fazer o meu trabalho”. Pois estavas Manel. E quem olhava para ti percebia que quem te visse em traje de gala no Coliseu, ou de calções de banho na Costa, te veria sempre a ti. Já eu pareço experimentar uma multiplicidade de (alter) egos enquanto alterno entre o casaco e gravata de 2ª a 6ª e o boné e as alças de fim-de-semana. “pode tirar uma fotografia sim, estou apenas a fazer o meu trabalho”. Pois estás Manel, peço-te apenas que dês 10 minutos de tolerância a esse carro e que me perdoes tirar-te o “u” que o teu nome apresenta no B.I. Asseguro-te que o faço com a mesma simplicidade a quem (por vezes) custa não se apresentar como Zé no seu horário de expediente. E agora tenho que ir. Às 9h já tenho que ser José.
Um abraço

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A beleza da (m)paternidade





A minha última recordação do Ricardo tinha já uns 13 ou 14 anos…estávamos os dois de calças elásticas em torno duma roda de Capoeira. Eu, no clímax da minha (pré) adolescência e o Ricardo, desconfio, nos primeiros anos da sua maioridade.
Os tempos são outros. O Ricardo pareceu-me mais bonito, bem disposto e feliz. A culpa só pode ser da Graça, do Jorge e da Rosa e dos seus lindos chapéus brancos. Quando iniciei o Alfaiate nunca me passou pela cabeça conseguir captar uma imagem assim. A sua beleza consegue deixar na vulgaridade o retrato de uma mulher linda num vestido de gala decotado. De resto, não me ocorre acessório mais sexy que aqueles adornos marsupiais.

Nota: Gente interessante gera projectos interessantes. Este casal abriu recentemente uma loja. Eu gostei e (bem mais importante que isso) a Time Out e a Ana Garcia Martins também. Aos números 26-28 da Calçada do Carmo…Lisboa ao Carmo

terça-feira, 2 de junho de 2009

Maria - calções e botins

Maria
Maria

Há pessoas que não correspondem às nossas expectativas, outras há em que aquilo que se tem é aquilo que se vê. Isso aplica-se à Maria. Tão graciosa no trato quanto à vista