quarta-feira, 24 de abril de 2013

She's still sexy when she sweats

She's still sexy when she sweats (1) she's still sexy when she sweats (2)

Acho que, em miúdo, a minha concepção de “estar bem vestido” me transportava, directamente, para um dado momento envolvido numa dada formalidade integrando, muito provavelmente, um dado evento realizado para celebrar uma dada ocasião. Ter-me-á, provavelmente, sido transmitido por uma avó ou uma amiga através de um comportamento mais ou menos efusivo, mais ou menos alambazado, num dia em que tivesse o cabelo irrepreensivelmente penteado e em que, eu mesmo, pelas opções que eu ou os meus pais tivessem tomado no que à minha indumentária diz respeito, me sentisse... mais “bem vestido”. Algures no liceu ter-me-ei deparado com o conceito de “ter estilo” e uns quantos sinónimos em jeito de calão (uns mais ridículos que outros) que, imagino, conferissem por essas alturas um dado capital social a quem as proferisse. E “estar bem vestido”, “ter estilo” ou o que quer que queiramos chamar a alguém que, pela forma como se apresenta diante de nós, nos cativa visualmente (por motivos que extravasam, objectivamente, uma dada anatomia corporal ou facial) deixou de, na minha cabeça, ser prerrogativa de um determinado momento, ocasião ou formalidade. E quantas vezes me diziam “devias era fotografar aqui ou ali porque as pessoas vão assim ou assado” quando é, precisamente, nos sítios onde há uma expectativa de encontrar pessoas que perderam mais tempo que o costume a pensar no que hão-de vestir que menos vontade tenho de fotografar. E é precisamente por causa desta lógica que esta fotografia me fazia falta há tanto tempo. Provavelmente desde que, no paredão de Carcavelos, me havia cruzado com um casal de amigos que me tinha deixado a pensar qualquer coisa como “até a transpirar aqueles sacanas têm pinta”. E é curioso porque foi justamente quando estava a transpirar com o mesmo casal que me havia deixado a pensar nessa imagem (diametralmente oposta àquela que, em miúdo, esmagado entre beijinhos e amassos, me fazia ouvir “estás tão lindo”) que vi a Sara e lhe disse que – por mais estranho que lhe pudesse parecer – gostaria de lhe fazer uma foto. E não queria fazê-lo num outro contexto qualquer. Queria fazê-lo, precisamente, à saída do ginásio


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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Tons escuros, efeito quente

Darkr tones, warm effect

[estes tons podem ser vistos aqui também]

quarta-feira, 10 de abril de 2013

As miúdas que me fizeram perguntar ao meu amigo que ia a conduzir

As miúdas que me fizeram pedir ao meu amigo que ia a conduzir "importas-te de dar outra volta ao quarteirão para eu fotografar aquelas miúdas?"

"importas-te de voltar ao Largo da Graça e voltar a descer? é que acho que ainda apanho aquelas miúdas ali junto a São Vicente"

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sexta-feira, 5 de abril de 2013

A beleza das coisas simples

Beauty lies in the simplest of things Beauty lies in the simplest of things (II)

Quando se é autor de uma publicação como esta uma das piores sensações que se pode experimentar é sentir que não estamos à altura da situação. E não estar à altura da situação é, por exemplo, não ter a máquina connosco quando estamos perante alguém que adoraríamos ter por aqui. Não estar à altura da situação é sentir que temos um blogue que mudou a nossa vida e não lhe prestamos sequer a deferência de transportar a câmara connosco quando saímos de casa. No contracto social que tenho comigo mesmo enquanto autor deste blogue está algures decretado que não farei jamais o que quer que seja que não me apeteça fazer. Que não transportarei a máquina quando me apetecer dar uma volta de mãos nos bolsos, que não andarei à procura de alguém nem que se tenham passado duas semanas sem fotografar ou que não redigirei um texto apenas porque faz tempo que não escrevo um. E sinceramente, acho que é esse o segredo para continuar a vir a esta página com prazer. Talvez não a visite ou edite tão frequentemente como dantes. Talvez se passe um mês sem espreitar as estatísticas (que há 2, 3 e 4 anos verificaria diariamente) e talvez uma data de pequenas coisas que, se no passado me preocupavam, hoje não me dou sequer conta delas. Mas há coisas que não mudam. E uma delas é o gozo que tudo isto ainda me vai dando. O gozo que é sair para comprar pão, manteiga ou leite (ou o que quer que me faltasse para um pequeno almoço de Sábado) e tirar uma(s) fotografia(s) desta(s). O tal gozo que me fez iniciar este blogue. O gozo de me cruzar algures nesta capital (cada vez menos) periférica com pessoas que o nosso senso diário entende como “comuns”. O tal conceito de pessoa que podemos encontrar ao nosso lado na escola, num banco (instituição financeira ou assento estreito e comprido colocado num jardim), num escritório, num atelier, numa oficina ou numa superfície comercial. O tal conceito de pessoas que o nosso imaginário idealiza encontrar no metro, no eléctrico, no autocarro, na passadeira ou no semáforo. O tal tipo de pessoa que de tão genérico que é deixa de ser um tipo. E é neste momento que me recordo daquilo que achei outrora ser o maior propósito deste blogue. Um elogio à suposta banalidade. Um elogio aquilo que temos por “comum” (adj. 2g: do uso ou domínio de todos os de um lugar ou colectividade; que acontece ou se encontra com frequência ou facilidade; que tem características que se encontram em muitos exemplares; que é considerado geral, habitual normal) [in dicionário Priberam da Língua Portuguesa]. E agora que olho para esta imagem (cuja simplicidade – umas botas e uma gabardina – serve tão bem este propósito) e me lembro que foi tirada num Sábado de manhã enquanto esperava que chegassem as carcaças que me iriam servir de pequeno almoço dou-me conta que, das 1001 coisas que me propus fazer na vida, esta tal de elogiar a suposta banalidade (e de dar o devido valor às pequenas simplicidades da vida), foi seguramente a que cumpri melhor


[estas mesmas coisas simples podem ser vista aqui]