sexta-feira, 29 de julho de 2011

O Ayres, os 15 anos da CPLP e a língua de onde se vê o Mar

Ayres

Soube da existência do Ayres por causa dum e-mail que me enviou um dia que passei por Londres, a cidade onde vivia na altura. Este alfaiate portuense escreveu-me com a familiaridade de quem partilha comigo uma cidade, um país, uma bandeira, um hino ou a língua que aprendemos à nascença. Com a mesma familiaridade de quem, longe de casa, escuta o seu idioma nas costas e se volta de mão estendida e sorriso nos lábios

O que provavelmente não desconfia quem visita este blogue é que ele não nasceu da fotografia. Nasceu das palavras. As fotos vieram mais tarde pela sugestão de um amigo que me mostrou o meio mundo que andava a fotografar a outra metade por essas ruas fora. Mas eram as palavras – sabia-o eu – que estariam na base do tal projecto ao qual ainda não conhecia nome nem imaginava forma. E esse foi o principal motivo pelo qual aceitei o desafio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Porque foi a palavra – a palavra em português – a mesma que une cada um dos seus oito países membros (Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste), que me trouxe aqui um dia

O desafio da CPLP era simples. Que recreasse a minha visão de cada um destes países através dos protagonistas que fotografasse. Porque cada um dos fotografados tem um encanto mui próprio. Porque cada um deles tem o seu peculiar sotaque, olhar, tom de pele ou textura capilar mas todos eles partilham a minha língua. Porque é da língua que se traçam os contornos sobre a forma como se vê o mundo. Porque da minha língua... “Da minha língua vê-se o mar” (Vergílio Ferreira). Da minha, do Kalaf, da Maida, do Lisandro, da Eurizanda, do Ayres, da Ana e da Sónia, da Iracema e da Anna também. Da língua de todos nós se vê o mar. Bem à vista... aqui

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Take me for a walk

Take me for a walk

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sexta-feira, 22 de julho de 2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Nunca antes o rosa me havia parecido tão bem

Nunca antes o rosa me havia parecido tão bem

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terça-feira, 19 de julho de 2011

domingo, 17 de julho de 2011

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O cabelo, a Susana e o Trésor

Susana (Trésor)

Uma vez, do interior dum quarto com vista mediterrânica, pedi à minha namorada que – no ponto da varanda onde ainda batia o sol – entretivesse as mãos com o seu cabelo. Devo ter por aí as fotos mas não preciso de as buscar para me lembrar que as encarei como a evidência empírica de uma teoria segundo a qual mexer, apanhar ou soltar o cabelo é, fora da sua intimidade, o gesto mais feminino que é permitido a uma mulher. Adivinho um psicoterapeuta a apontar o nascimento de devaneios como estes a um qualquer imaginário infantil e, se fizer um esforço de abstracção, consigo lembrar-me que a miúda do vídeo do Lambada foi o primeiro sex symbol da minha vida. Mas no que diz respeito a imaginários femininos, e por entre todas aquelas mulheres de linhas esguias e lábios desenhados que os anúncios a perfumes exibiam, havia uma que me deliciava mais. Uma mulher que me desarmava com o olhar. Que parecia fazer dos gestos mais mundanos os mais sublimes hinos à feminilidade. Uma mulher que, ainda hoje, me parece fazer acreditar que teria um dia para os meus putos o mesmo sorriso com que me haveria de encantar no nosso primeiro jantar. Uma mulher que, nos meus devaneios pessoais, mantivesse todos estes atributos a trabalhar no meu sofá com uma t-shirt velha vestida e uns óculos graduados a escorregarem-lhe pelo nariz. E sempre achei que haveria de ter esta mulher. E foi o violino daquela música (da música daquela mulher, daquela que elegi para mim, da música da mulher que elegi para mim há mais de vinte anos) que me pareceu ter ouvido quando vi a Susana tocar o seu cabelo. Porque estes sacanas da Lancôme fizeram muito mais que vender-me um perfume. Estes sacanas venderam-me um ideal de mulher. O ideal com que, muito antes de ter fotografado a Susana, sabia que me havia de cruzar um dia. O ideal dessa tal mulher, a tal que meti na cabeça um dia que haveria de ter para mim – a mulher Trésor

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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Alina - figura de estilo figura de classe

Alina - figura de estilo figura de classe

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terça-feira, 5 de julho de 2011

domingo, 3 de julho de 2011

sexta-feira, 1 de julho de 2011