quarta-feira, 30 de setembro de 2009
terça-feira, 29 de setembro de 2009
São Conrado - Casual sofisticado, smart chic ou lá o que lhe quiserem chamar
Casual sofisticado, smart chic ou lá o que lhe quiserem chamar. Estes rótulos fazem-me sempre tanto sentido quanto me dizerem que gostam de ouvir drum & bass orgânico no metro, levar literatura russa do terceiro quartel do século XIX para a praia ou ir ao Nimas ver cinema francês de realismo poético. Pese embora a minha falta de jeito para interpretar estes conceitos rococós trabalhados a talha dourada, o casual sofisticado e o smart chic tentam sempre transportar-me para a imagem dum gajo de casaco vestido e calçado desportivo, com ar descontraído (que as preocupações dos outros nunca foram temática sexy) e copo na mão e, se possível, com um barco ou uma marina em pano de fundo.
Quando recebia SMSs para ir a castings com estas expressões assumia sempre (que eu sou um gajo de processos simples e, por regra, quando ando de barco pago bilhete) que o que me estavam a querer dizer com jeitinho era “Zé…evita aparecer de t-shirt sem mangas desta vez, pode ser?”. Sim porque isto das mangas e da sua dispensa tem muito que se lhe diga. Às mulheres toda a gente gosta de ver os braços, as pernas e, de preferência, o peito também mas um gajo, por não apreciar tresandar num dia quente ou fazer sauna numa discoteca já passa por exibicionista ou, à laia de alguns comentários que ouvi antes de haver t-shirts de alças à venda nas surf shops (que a partir do momento em que as marcas de surf vendem “já pode ser, não fica mal e até é cool”), habilita-se a meia dúzia de associações grosseiras ao ramo da construção.
Mas enfim…aqui o Nick preencheria certamente todos os requisitos e mais alguns. Isto porque no fundo…o que o casual sofisticado e o smart chic querem mesmo dizer é “cocó mas não cagão o suficiente ao ponto de parecer um coninhas”. E o Nick, de coninhas não tinha nada. Era um gajo porreiro. Um gajo porreiro impecavelmente vestido para ir a um casting
Quando recebia SMSs para ir a castings com estas expressões assumia sempre (que eu sou um gajo de processos simples e, por regra, quando ando de barco pago bilhete) que o que me estavam a querer dizer com jeitinho era “Zé…evita aparecer de t-shirt sem mangas desta vez, pode ser?”. Sim porque isto das mangas e da sua dispensa tem muito que se lhe diga. Às mulheres toda a gente gosta de ver os braços, as pernas e, de preferência, o peito também mas um gajo, por não apreciar tresandar num dia quente ou fazer sauna numa discoteca já passa por exibicionista ou, à laia de alguns comentários que ouvi antes de haver t-shirts de alças à venda nas surf shops (que a partir do momento em que as marcas de surf vendem “já pode ser, não fica mal e até é cool”), habilita-se a meia dúzia de associações grosseiras ao ramo da construção.
Mas enfim…aqui o Nick preencheria certamente todos os requisitos e mais alguns. Isto porque no fundo…o que o casual sofisticado e o smart chic querem mesmo dizer é “cocó mas não cagão o suficiente ao ponto de parecer um coninhas”. E o Nick, de coninhas não tinha nada. Era um gajo porreiro. Um gajo porreiro impecavelmente vestido para ir a um casting
domingo, 27 de setembro de 2009
Seja bem vindo ao Rio
- Seus documentos por favor.
“Já me lixei” pensei comigo (foi outra a expressão que me passou pela cabeça mas não vejo necessidade de inaugurar outro tipo de vocabulário por aqui). A Ana, uma argentina a viver no Rio há dois anos, tinha insistido para que não me ficasse pela zona mais turística e oferece-me uma boleia até ao Centro. Disse que não me preocupasse por não ter capacete pois "dava caronas" desde que ali vivia e isso nunca tinha sido problema antes. Quando viajo tenho por hábito pôr-me nas mãos, no bom senso e nas vivências daqueles que lá vivem – seja há 2 anos ou há uma vida inteira. A conversa tinha começado pelos motivos do costume. Não há um raio de sol, eu ando de shorts e alças mas percebo que os cariocas aproveitam o seu Inverno (aos meus olhos meramente teórico) para usar os casacos e as camisolas que têm lá por casa. A Ana teve um ataque súbito de felicidade quando viu, dentro da minha mochila, a Time Out que tinha levado para matar os tempos mortos que nunca chegaram a nascer. É fotógrafa freelancer e foi a convite de bater umas fotos para a Time Out Rio que deixou Buenos Aires. Desde aí que não se imagina a viver longe do Flamengo. A única coisa que lhe tenho a apontar é o seu mau juízo relativamente ao código da estrada. O PM mostra-nos as alíneas que desrespeitámos e confirma:
- Apreensão de licença e motorizada (e uma multa de três dígitos que mesmo falando em reais já assusta).
E depois, de 3 em 3 minutos aparece um policial diferente que pergunta o que se passa e remata com ar insolente:
- Apreensão!
Acho que percebi o filme antes da Ana. Ela estava ocupada demais a ver a sua vida andar para trás. Enquanto aqueles monos tentavam compreender se ela trabalhava para a embaixada brasileira na Argentina ou para a embaixada argentina no Brasil eu ainda ruminava se deveria avançar para o "polícia bom" ou se não passo afinal dum preconceituoso etnocêntrico que só consegue conceber civilização no continente europeu e começa a ver Cidades de Deus e Tropas de Elite onde eles não existem. Mas não, o filme era mesmo aquele. E é um filme triste ver dois polícias de metralhadora em punho representarem uma peça de teatro de valor artístico equiparável àquelas em que participei nos meus tempos de catequese. É triste e contrasta radicalmente com aquele lindo pano de fundo da Lagoa. Lembrei-me dos dois polícias búlgaros que, há 5 anos atrás, enquanto atravessava o seu país de comboio, me pediram um ou dois euros enquanto retinham o meu passaporte na sua mão. Esses não tinham metralhadoras. Mas o porte gigantesco e a entoação chantagista eram bem mais assustadores que o tom falsete do matulão a quem hoje calhava o papel de "polícia mau". Dou o toque à Ana e deixo-os a negociar mas pelo que o vento me traz da conversa os 28 reais que traz com ela não são o suficiente. Quando ficamos sozinhos de novo lembro-lhe, num tom calmo, que tenho 50 reais em cada bolso e que – deixemo-nos de tangas e falsos moralismos – a verdade é que cometemos uma infracção e que, por mais que nos entretenhamos a cascar naqueles gajos, a possibilidade que eles nos estão a dar é uma óptima oportunidade de sairmos dali respectivamente, com uma boa história para contar e um post original para publicar. Ela sorri, concorda e aceita 30 reais.
Já passou…encontramo-nos mais à frente. A Ana ainda está a recuperar do susto de se ver impossibilitada de "dirigir" durante não sei quanto tempo. Não resisto, olho para aquela figura simpática e despeço-me com um abraço e um beijo na testa. Ela insiste que está em dívida e que me leva a almoçar ou jantar. Logo se vê…esta despedida parece-me muito bem assim. Vou passear para a Lagoa e dou comigo a tentar cantarolar um excerto duma música do Gabriel o Pensador que sabia de cor há 14 anos atrás…
“Já me lixei” pensei comigo (foi outra a expressão que me passou pela cabeça mas não vejo necessidade de inaugurar outro tipo de vocabulário por aqui). A Ana, uma argentina a viver no Rio há dois anos, tinha insistido para que não me ficasse pela zona mais turística e oferece-me uma boleia até ao Centro. Disse que não me preocupasse por não ter capacete pois "dava caronas" desde que ali vivia e isso nunca tinha sido problema antes. Quando viajo tenho por hábito pôr-me nas mãos, no bom senso e nas vivências daqueles que lá vivem – seja há 2 anos ou há uma vida inteira. A conversa tinha começado pelos motivos do costume. Não há um raio de sol, eu ando de shorts e alças mas percebo que os cariocas aproveitam o seu Inverno (aos meus olhos meramente teórico) para usar os casacos e as camisolas que têm lá por casa. A Ana teve um ataque súbito de felicidade quando viu, dentro da minha mochila, a Time Out que tinha levado para matar os tempos mortos que nunca chegaram a nascer. É fotógrafa freelancer e foi a convite de bater umas fotos para a Time Out Rio que deixou Buenos Aires. Desde aí que não se imagina a viver longe do Flamengo. A única coisa que lhe tenho a apontar é o seu mau juízo relativamente ao código da estrada. O PM mostra-nos as alíneas que desrespeitámos e confirma:
- Apreensão de licença e motorizada (e uma multa de três dígitos que mesmo falando em reais já assusta).
E depois, de 3 em 3 minutos aparece um policial diferente que pergunta o que se passa e remata com ar insolente:
- Apreensão!
Acho que percebi o filme antes da Ana. Ela estava ocupada demais a ver a sua vida andar para trás. Enquanto aqueles monos tentavam compreender se ela trabalhava para a embaixada brasileira na Argentina ou para a embaixada argentina no Brasil eu ainda ruminava se deveria avançar para o "polícia bom" ou se não passo afinal dum preconceituoso etnocêntrico que só consegue conceber civilização no continente europeu e começa a ver Cidades de Deus e Tropas de Elite onde eles não existem. Mas não, o filme era mesmo aquele. E é um filme triste ver dois polícias de metralhadora em punho representarem uma peça de teatro de valor artístico equiparável àquelas em que participei nos meus tempos de catequese. É triste e contrasta radicalmente com aquele lindo pano de fundo da Lagoa. Lembrei-me dos dois polícias búlgaros que, há 5 anos atrás, enquanto atravessava o seu país de comboio, me pediram um ou dois euros enquanto retinham o meu passaporte na sua mão. Esses não tinham metralhadoras. Mas o porte gigantesco e a entoação chantagista eram bem mais assustadores que o tom falsete do matulão a quem hoje calhava o papel de "polícia mau". Dou o toque à Ana e deixo-os a negociar mas pelo que o vento me traz da conversa os 28 reais que traz com ela não são o suficiente. Quando ficamos sozinhos de novo lembro-lhe, num tom calmo, que tenho 50 reais em cada bolso e que – deixemo-nos de tangas e falsos moralismos – a verdade é que cometemos uma infracção e que, por mais que nos entretenhamos a cascar naqueles gajos, a possibilidade que eles nos estão a dar é uma óptima oportunidade de sairmos dali respectivamente, com uma boa história para contar e um post original para publicar. Ela sorri, concorda e aceita 30 reais.
Já passou…encontramo-nos mais à frente. A Ana ainda está a recuperar do susto de se ver impossibilitada de "dirigir" durante não sei quanto tempo. Não resisto, olho para aquela figura simpática e despeço-me com um abraço e um beijo na testa. Ela insiste que está em dívida e que me leva a almoçar ou jantar. Logo se vê…esta despedida parece-me muito bem assim. Vou passear para a Lagoa e dou comigo a tentar cantarolar um excerto duma música do Gabriel o Pensador que sabia de cor há 14 anos atrás…
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
terça-feira, 22 de setembro de 2009
domingo, 20 de setembro de 2009
O Macacão
Volta e meia perguntam-me porque é que não tiro fotografias à noite. Vamos deixar as questões técnicas de parte. Sair à noite com uma máquina na mão para fotografar em festas foi a melhor forma que encontrei, nos meus tempos de faculdade, de juntar o útil – ganhar uns trocos – ao agradável – conhecer umas miúdas. Os tempos são outros, as minhas motivações também.
Mas foi precisamente à porta do Lux que me cruzei com Christoph. Achei-lhe graça e fiquei a olhar para trás como se me tivesse cruzado com a Adriana Lima. E foi precisamente o Christoph, e não a Adriana Lima, que encontrei, 12 horas depois, ali no Chiado. O resto da história já vocês conhecem…
Mas foi precisamente à porta do Lux que me cruzei com Christoph. Achei-lhe graça e fiquei a olhar para trás como se me tivesse cruzado com a Adriana Lima. E foi precisamente o Christoph, e não a Adriana Lima, que encontrei, 12 horas depois, ali no Chiado. O resto da história já vocês conhecem…
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
terça-feira, 15 de setembro de 2009
domingo, 13 de setembro de 2009
Bafureira - O surfista
Não é de roupa que vos venho falar. Aliás…as lojas de surf são provavelmente o último sítio do mundo onde entro para a comprar. Achei que um blogue como este, que se queda por Lisboa e cercanias, seria sempre um blogue autista se não gastasse um post com um surfista. É o conceito estético masculino mais forte que me ocorre por estas bandas. Desde a miúda que se baba com o colega que sai das aulas de prancha debaixo do braço, à mulher do Pedro, passando por milhares de outras alfacinhas, qual delas não encontrou um dia algum encanto num surfista? Ouvi um dia ali em São João um amigo dizer para o outro: “se jogo à bola é porque não lhe faço companhia, se jogo raquetes é porque faço barulho, tu deixas a tua mulher duas horas na areia e ainda és recebido com um beijo e uma sandwich na boca”.
A postura cool, o calão moderado, aquela conversa secante do “o mar está isto, o mar está aquilo”, o sorriso aberto e descontraído. Ok…tudo tretas e clichés. Mas tudo tretas e clichés de aparência sexy, não é verdade? Estou-me a lembrar de um dia ter visto em Carcavelos, o Pedro e o seu puto mais velho em cima duma Longboard. Pareceu-me impossível conceber imagem mais sexy aos olhos duma mulher. Por essas e por outras não me custou perceber o que viu nele uma ex. sua, que anos antes quando dava aulas no liceu onde estudei, mudou para sempre a minha relação com as mulheres. Essa história também não é má, mas fica para outro dia. Hoje deixo-vos o Pedro, com o seu olhar divertido, sorriso aberto e riso incontido que o seu puto mais novo já parece ter herdado. E deixem-me que vos diga (meio a sério meio a brincar) … Para mim, mulher lisboeta que negar tudo isto, é como aquela que não faz chichi no fato de surf. É mentirosa
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Um panamá sevilhano em Lisboa
Há coisa de dois meses recebi um e-mail diferente. Alguém que me dizia ter um panamá em casa e que, caso eu achasse o dito chapéu interessante, se disponibilizava para ser fotografado. Respondi a agradecer a proposta que me via forçado a declinar. Apenas por este blogue viver, acima de tudo, de pequenos encontros reais precedidos por algo a que nem muito remotamente me agrada chamar selecção. E ainda ontem me perguntaram:
- O que é preciso para aparecer no Alfaiate?
Juro que já não sei o que respondi. E nesta fotografia bem que podia estar quem me escreveu tão gentil e-mail. Mas não está. É Antonio Alvear. Que me falou da vida, das mulheres (das sevilhanas em particular) e da casa que estou, desde aquele momento, convidado a visitar. A ele este post, mas também a quem me decidiu escrever, há dois meses atrás.
- O que é preciso para aparecer no Alfaiate?
Juro que já não sei o que respondi. E nesta fotografia bem que podia estar quem me escreveu tão gentil e-mail. Mas não está. É Antonio Alvear. Que me falou da vida, das mulheres (das sevilhanas em particular) e da casa que estou, desde aquele momento, convidado a visitar. A ele este post, mas também a quem me decidiu escrever, há dois meses atrás.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Zé da bina
Querem uma assim? Este artigo explica-vos o quê, onde e porquê. E se tudo o que vos faltava era um pretexto…arranca hoje um. Dos bons … o Bicycle Film Festival
Mas faça-se justiça ao Zé. O Zé não é apenas o rapaz da bina (mais gira de Lisboa). O Zé é também o rapaz daquele logótipo ali de cima com a perninha do O a fugir para o E. Se já me gabo de o ter aprovado, imagino o que não me gabaria se o tivesse desenhado
Mas faça-se justiça ao Zé. O Zé não é apenas o rapaz da bina (mais gira de Lisboa). O Zé é também o rapaz daquele logótipo ali de cima com a perninha do O a fugir para o E. Se já me gabo de o ter aprovado, imagino o que não me gabaria se o tivesse desenhado
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Smells like Kanye West
Mais que um ser branco e outro preto… a grande diferença entre mim e o João é que eu, vestido assim, pareceria parte de uma boys band. O João parece o Kanye West. Sacana do João
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Aperitivo al Duomo - The simpler the better
A t-shirt. Para mim é a t-shirt. Eu sei…esta lá a eterna combinação do “azul, branco, encarnado” e um capacete impecavelmente condicente com o par de calçado. Mas para mim é a t-shirt. Tenho amigos que ainda as escolhem como quem elege um poster para ter no quarto. Pessoalmente dispenso grandes sentenças ou ilustrações; preocupo-me com o corte. Mas não é fácil encontrá-lo. Restam-me as dicas do meu amigo João Diogo, que com apenas uma tesoura na mão, ataca golas claustrofóbicas e mangas pesadonas. João…fazes-me uma assim?
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Luigi - O arco-íris em Milão
Não consigo conter a excitação. O Luigi ainda não tinha voltado costas e já enviava uma sms à minha irmã a descrevê-lo da cabeça aos pés. Tudo me impressionou: cada peça, cada acessório, o porte, o charme, até a masculinidade imaculada que aquelas cores não conseguem beliscar. “Quando for grande quero ser como ele”, dou comigo a pensar. Se o Alfaiate acabasse hoje dormiria descansado. Mas quem é que eu estou a tentar enganar… acabar? O tanas. Já está para além do meu controlo.
Até amanhã
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