Quem ali costuma passar é capaz de conhecer esta cara. Já a loja é famosíssima. Não me lembro da última vez que lá entrei mas nem preciso de o fazer para ter a certeza de que não perdeu os seus atributos.
Em Portugal tem-se dois pesos e duas medidas para tudo o que vem do Brasil. É possível ouvir-se o termo "brasileiro" ser empregue da forma mais depreciada possível e, segundos depois, escutar alguém discorrer uma visão sofisticada daquele país, do seu encanto tropical ou do charme natural daqueles que lá vivem. Apetece-me dizer que para os portugueses há dois países distantes entre si... O Brasil do crioulo e do Sertão e o Brasil de Floripa, da São Paulo
Fashion Week (onde a
Osklen comparece desde 2003) e dos sobrenomes alemães. Fico sem perceber se gostamos mais deste último por ter mais charme ou simplesmente mais dinheiro (ou será que nem sabemos distinguir uma coisa da outra?).
Olho para as fotografias que tenho na parede do meu quarto e fico com a sensação de, no Verão de há cinco ou seis anos atrás, parecer um patrocínio ambulante desta marca. Nessa altura, entrar naquela loja - no que a mim diz respeito, em época de saldos certamente - de aspecto clean, música relaxante, sotaque bonito e roupa irreverente não era indiferente a ninguém. Meia dúzia de anos depois continua a dar que falar. Mas não é apenas por conseguir aliar descontracção e sofisticação melhor que qualquer outra marca no mercado. Muito desse mérito vem também deste rapaz e dos seus colegas que se chegam perto da gente, colocando a mão deles em nosso ombro e perguntando, mesmo assim…usando e abusando do gerúndio, “fica bem, não fica?”. A mesma (afirmação disfarçada de) pergunta que noutra loja qualquer nos deixaria a praguejar com aquela irritante marcação homem a homem e que ali, nos desenha um sorriso, assim…tão genuíno quanto o deste rapaz